Bad Teacher. EUA, 2011, 92 minutos, comédia. Diretor: Jake Kasdam.
Confesso que o filme é mesmo um lixo, mas não nego minha simpatia por Cameron Diaz nem deixo de confessar que me diverti enquanto o via – enfim, para mim, foi um passatempo.
Que Cameron Diaz é uma atriz duvidosa ninguém duvida e poucos contestam com bons argumentos essa suposição. Seu histórico tem alguns filmes interessantes, alguns engraçadinhos, mas muitos deles são verdadeiras bombas de má qualidade e pedância, como é o caso de “Tudo para Ficar com Ele” (2002) e as duas adaptações cinematográficas de “As Panteras”. Mas, mesmo assim, ela conquistou minha simpatia e ela consegue me fazer rir, mesmo que seja em situações descabidamente ofensivas à inteligência – assim, não recuso ver um filme com ela. E foi justamente por isso que resolvi encarar Bad Teacher, lançado esse ano e que conta, além da Diaz e Jason Segel (de “Ligeiramente Grávidos”), também com Justin Timberlake, que tem definitivamente estendido sua carreira às telas, não apenas aos palcos e álbuns musicais.
Cameron Diaz é Elizabeth Halsey, uma professora sem nenhum talento que realmente não tem interesse em estar na sala de aula. Lecionar, para ela, é uma ocupação secundária, já que sua prioridade é casar-se com um homem que banque seus gastos. Com o fim do noivado, ela é obrigada a retomar as aulas e seguir como professora – até conhecer Scott Delacorte, um professor substituto que possui uma grande herança pela qual Elizabeth se interessa. Aí tudo desanda quando ela se dedica exclusivamente a persegui-lo enquanto perturba as vidas de Russel, professor de Ed. Física, e Amy, professora que segue a linha-dura de ensino.
Justin e Cameron, o suposto casal engraçado da trama.
Honestamente, o roteiro é bem ruim e todas as cenas tendem a um humor vulgar. Ao longo do enredo, vemos cenas bastante escrotas e situações que realmente não significam muito. Destaque para os diálogos forçados, muito palavrão que nem mesmo dentro das situações é engraçado e, ainda, uma péssima participação de Justin Timberlake. Mas, ainda assim, acho que o filme consegue se segurar e entreter aqueles que estão abertos para o entretenimento vil que essa produção oferece. A personagem de Cameron Diaz é verdadeiramente mal construída, não sabemos nada de sua vida além de algumas coisas básicas: ela quer se casar com um cara de dinheiro, quer peitos novos e está disposta a tudo para conseguir a quantia necessária para implantar sua próteses de silicone. Desde o começo percebemos que ela realmente não nasceu para o magistério – estar em sala de aula é um verdadeiro erro, mas mesmo assim, sendo isso que ela tem pra fazer, é isso que ela faz. Logo nas primeiras cenas já vemos a sua reação diante dos alunos: ela definitivamente se mantém alheia a eles e quando se direciona a eles é para maltratá-los de alguma forma.
Percebemos dois momentos bem distintos dela: primeiro, quando simplesmente os trata como lixo, e depois, quando descobre existir um bônus para o professor cuja classe atingir a maior média nos exames estaduais. Vemos que há ali alguma capacidade de lecionar, mas, evidentemente, está obstruída por sua vontade egoísta de aumentar os peitos. Adoro especialmente dois momentos: aquele em que seu companheiro de apartamento pergunta se ela não saíra para comemorar com as outras enfermeiras (evidenciando que ele nem sequer sabe qual a profissão da pessoa com quem divide a casa – aliás, a reação de Elizabeth à pergunta dele é ótima!) e quando ela decide entregar as provas aos alunos que, contrariamente às expectativas dela, não apresentaram resultado alto nas avaliações. Isso, evidentemente, para não comentar sobre as cenas do lava-rápido organizado pelos alunos para arrecadar dinheiro – é tão absurda a cena que honestamente chega a ser engraçada. Adoro quando usam da sensualidade para criticá-la, como acontece aqui e também em “A Mulher Invisível”, filme nacional com Selton Melo e Luana Piovani.
ELizabeth Halsey aplicando um de seus métodos pouco ortodoxos com seus alunos - se errar, leva bolada!
Esqueçam qualquer tipo de qualidade, porque o que tem aqui é mesmo o deboche. Sim, é o filme debochado e ele não pretende ser nada além disso. Cameron Diaz também sabe que ela e o cinema não são verdadeiros amigos e que ele lhe proporcionou os momentos mais ridículos em cena e é justamente por isso que ela já não se ocupa em faz “grandes produções” – ela está aí, debochando também com personagens que não querem dizer nada e que são superficiais e, justamente assim, passíveis de serem interpretas por ela. Não é nenhum grande filme, não esperem isso – muitos de vocês nem sequer vão rir, outros, como eu, que são fãs do guilty-pleasure que a Cameron Diaz é, vão dar algumas risadas, principalmente com as reações absurdas dela às coisas. Tudo bem que Justin ferra o filme e ele participa de uma das cenas mais ridículas que eu já vi no cinema – que é aquele sexo com roupas –, mas ele também já mostrou que tem um talentinho (como foi visto em “A Rede Social” e “O Preço do Amanhã”), então eu desconto isso dessa péssima interpretação e maneiro nas minhas críticas, já que sua atuação que não quer dizer nada está num filme que não quer dizer nada. Dá pra rir. Às vezes.
Definitivamente parece um filme lixoso, a capa inclusive lembra um daqueles posteres de soft porn americanos.
ResponderExcluirCameron Diaz está muito bem aqui. Se por acaso o filme não tivesse ela, seria insuportável demais. O filme é muito ruim, eu pelo menos, não ri em absolutamente nenhuma cena. Nennhuma mesmo.
ResponderExcluirSó vale pela Cameron.