Friends with Benefits. EUA, 2011, 109 minutos, comédia romântica. Diretor: Will Gluck.
Mais um desses tantos filmes de comédia romântica que não trazem nada novo e, no caso desse, nem sequer causa tanto divertimento.
Nunca neguei que gosto de comédias românticas, que gosto de vê-la e que, muitas vezes, me entretenho bastante com elas, como é o caso dos filmes Pretty Woman (1990), How to Lose a Guy in 10 Days (2005) e The Proposal (2009). É claro que eu sei que há características já consolidadas que acabam perturbando o desenvolvimento e a originalidade dessas obras, já que, como sabemos, por exemplo, à exceção feita por Prime, o casal sempre acaba junto no final, não importando por quais problemas tenham passado.
Dizer que é justamente isso que acontece no filme não é spoiler, embora, honestamente, eu me senti realmente tentado a acreditar que veria algo que, mesmo não fugindo das “regras” do gênero, fosse novo n história de Jamie e Dylan, que se conhecem devido ao trabalho dela, que procura talentos para trabalhar em empresas famosas. Não conhecendo ninguém em Nova Iorque e estando Jamie à sua disposição, Dylan acaba propondo a ela, depois de algum tempo de contato, que eles se tornem fuck buddies – ou seja, amigos que fazem sexo. Ela, assim como ele, tinha saído de um relacionamento frustrado, logo não vêem problema nessa nova relação e acabam gradualmente se envolvendo.
Qualquer pessoa que conheça o paradigma do gênero saberá as coisas pelas quais esses personagens passarão: vão se aproximar por causa de alguma eventualidade da vida que os obrigará a passar bastante tempo juntos, encontrarão afinidades um com o outro, desenvolverão um crescente sentimento ao longo de um tempo relativamente curto que passarão juntos, passarão por um momento de discussão tensa, a qual resultará num afastamento breve e, por fim, no grand finale, eles ficarão juntos, esquecendo-se completamente das dificuldades – normalmente comportamentais – pelas quais passaram e assumirão que as provações unicamente serviram para mostrar o quanto foram feito um para o outro (e não para mostrar que, talvez, em oposição àquilo que eles pensam, não foram feitos um para o outro).
Acrescentem algumas cenas de sexo, algumas tentativas frustradas de efeito cômico – como a cena em que Dylan urina sentado e, questionado por ela, ele se justifica parcamente –, alguns momentos de apelação para relações familiares como forma de complementar o que é ausente nos personagens – e temos Friends with Benefits, uma obra bastante rasa que consegue se juntar ao rol dos filmes ruins do gênero. Vale notar que as comédias românticas normalmente não apresentam nada verdadeiramente novo e dificilmente trazem consigo alguma nova perspectiva quanto ao cinema; na maior parte das vezes, são filmes medianos e razoáveis, que satisfazem por uns momentos, naqueles nos quais não buscamos nada complexo, mas que dificilmente se tornam inesquecíveis pelo seu primor técnico ou artístico. Esse filme de Will Gluck consegue ficar abaixo da linha do razoável – o que é, a meu ver, bastante tenso, já que não é muito difícil fazer com que se filme caiba no amplo grupo dos apenas regulares e totalmente inverossímeis. E a inverossimilhança, às vezes, agrada. Ou vão dizer que a história cinderelesca de Vivian e Edward, de Uma Linda Mulher, seja desagradável ao olhos e à percepção do espectador?
Justin Timberlake e Mila Kunis são simpáticos e isso é inegável. Há neles algum charme, mais nela do que nele, evidentemente, mas mesmo isso não é suficiente para segurar a atenção nesse filme. Aliás, a falha principal está no roteiro, que não desenvolve nada, não mostra nada que não seja repetição. É um problema – como lidar com relações sexuais casuais sem se envolver emocionalmente? – que é repetido sem explicações maiores ao longo do filme o tempo todo. De um modo geral, só chatice e enrolações, que irritam demais e que fazem com que esse filme seja, em qualquer um de seus aspectos, extremamente dispensável.
4 opiniões:
Esse ano teve uma ótima comédia romântica, O Amor à Toda Prova (com Steve Carrell, Ryan Gosling, Julianne Moore).
Mas não achei Amizade Colorida dos piores, apesar de concordar com você que não existe absolutamente nada de novo e o conflito central seja tolo. Contudo, Timberlake e Kunis tem uma enorme química e isso, na minha opinião, fez toda a diferença.
Achei bonzinho. Nada mais.
Essa coisa de rir de si mesmo também já cansou, né?
Gostei de "Amizade Colorida", mas o filme não funciona como um tudo. Só possui bons momentos.
Luis, seu texto é muito agressivo, detona negativamente o filme - mas, em linhas gerais, eu até concordo contigo. É mais do mesmo, já existe tantos filmes do mesmo foco, viu. Eu prefiro até o AMOR E OUTRAS DROGAS, achei que funcionou mais. Mas, não vamos exagerar, Kunis tem uma bela sintonia com Timberlake que tem se mostrado um bom ator, ultimamente.
abraço
Achei bem qualquer coisa, a exemplo de "Amor e Outras Drogas". Mas, pelo menos, é mais divertido que esse e o fraco "Sexo Sem Compromisso".
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