Finalizando o mês de junho, no qual fiz um breve panorama
das interpretações de Meryl Streep, apresentando as suas dezessete indicações
ao Oscar e resenhando onze de seus filmes, encerro esse especial com um TOP 10
com as interpretações mais interessantes da atriz. Sem delongas, vamos ao que
interessa:
10ª posição – A Escolha
de Sofia (1982)
Uma interpretação que, com certeza, acaba impulsionada
pelo filme. Não que a interpretação seja ruim, longe disso – se fosse, afinal, não
estaria nessa lista. Mas penso que boa parte da grandeza de Meryl também
advenha do filme e do seu conteúdo, que contém momentos bastante tensos. Decerto não é a minha
personagem preferida, mas, ainda assim, é uma atuação que estarrece o
espectador.
9ª posição – As Horas
(2002)
Ela não foi nominada por esse filme, mas foi por “Adaptação”,
do mesmo ano. A personagem Clarissa Vaugham é verdadeiramente uma das pequenas
pérolas de Meryl. O filme de Daldry favorece notadamente a atriz, cujo espaço
em cena lhe permite rir e chorar, nos apresentando uma face completa de sua
interpretação. Para mim, os seus ápices acontecem em presença de Ed Harris,
fabuloso aqui.
8ª posição – Amor à
Primeira Vista (1984)
Meryl e Robert De Niro se juntaram mais uma vez no romance
Falling in Love, cujo título alude
exatamente à história dos personagens: apaixonando-se num processo contínuo. Grande
interpretação da atriz, cuja simpatia se faz presente a cada momento em que ri.
E acho que é justamente isso que me cativa nessa interpretação: o sorriso de
Meryl Streep. É ele, simples e verdadeiro, que a coloca aqui, na oitava posição.
7ª posição – Kramer vs.
Kramer (1979)
É a sua cena no tribunal e o seu último momento nesse
longa-metragem que lhe garantiram lugar no TOP 10. É inegável que esse é um dos
momentos mais notáveis da jovem atriz, à época com 30 anos, cuja personagem se
mostrava confusa ao longo de toda a obra. O espectador também ficou – mas em
nenhum momento antipatizou com Joana Kramer, mesmo que ela fosse uma perturbação
na vida de Ted Kramer. Para mim, o filme é o embate entre Ted e Joana no
tribunal – justamente por causa da interpretação de Meryl.
6ª posição – Dúvida (2008)
Não saberia como reagiria se eu fosse o Padre Flynn! Não é
à toa que ele desistiu de lecionar na escola St. Nicholas – a freira Aloysius
fez de sua vida um inverno acreditando que ele cometeu um crime que somente ele
sabe se cometeu ou não. Honestamente, essa é a figura mais medonha que Meryl já
interpretou, justamente por sua postura extremamente rígida e inflexível. O
grande momento é o diálogo entre Flynn e Aloysius na sala dela – toda a atuação
é elogiável.
5ª posição – A Mulher
do Tenente Francês (1981)
Facilmente eu lhe daria o Oscar por essa interpretação,
que a meu ver é ainda melhor do que aquela apresentada no ano seguinte pelo
filme “A Escolha de Sofia”. Como uma mulher marginalizada na sociedade, Meryl
apresenta uma interpretação bastante segura e convincente, seja como a mulher
do tenente francês seja como a outra personagem que interpreta no mesmo filme.
4ª posição – Adaptação
(2002)
O filme pode ajudar, mas com certeza Meryl é a grande
responsável por sua interpretação como Susan Orlean, uma jornalista que se
excita com a história de orquídeas e, eventualmente, se torna viciada no efeito
alucinógeno delas. Um momento lindo, lindo!, de Meryl Streep, basta vê-la para
amá-la – uma personagem tão comum que realmente conquista a nossa simpatia e
esse é o grande mérito da atriz.
3ª posição – O Diabo
Veste Prada (2006)
Quem diz que essa não é uma ótima interpretação? Quando se
fala nesse filme, a única figura de que nos lembramos vividamente é Meryl
Streep, com seu cabelo branco, seu jeito calmo, porém intrinsecamente
tempestivo, e seu jeito de desprezar suas funcionárias. A meu ver, uma das
melhores personagens, dessas inesquecíveis.
2ª posição – As Pontes
de Madison (1995)
Pode ser a cena em que ela hesita em sair do carro do
marido, pode ser quando ela diz não se importar sobre os comentários da população
– qualquer uma das cenas justifica a presença pungente e intensa de Francesca
Johnson – ou melhor, de Meryl Streep – nessa lista. Para mim, esse é o seu grande
momento da década de 1990 e, não houvesse o filme que está no primeiro lugar, “As
Pontes de Madison” seria facilmente o primeiro lugar absoluto. Difícil explicar
Meryl aqui: linda, perfeita, simpática, romântica,
1ª posição – A Dama
de Ferro (2011)
Sei que serei criticado, mas essa interpretação é, a meu
ver, aquele que mais valoriza Meryl e a que mais possibilita que ela se
expanda. Estamos falando de um filme cuja época histórica – relevantíssima – não
importa, cujos personagens coadjuvantes não importam, cujo enredo não importa:
a única coisa destacável é Meryl Streep e ela apresenta uma interpretação que
faz jus a um filme cuja única função é cultuá-la, do começo ao fim.
7 opiniões:
Adorei o que postou, ainda mais se falando de Meryl Streep minha eterna ídola... Ela é simplesmente espantosa em suas interpretações pois tem uma capacidade de se adaptar e dar vida aos seus personagens de maneira real e nos fazer fixar na história deles.
Linda Meryl, que Deus a abençoe sempre.
Muito bom seu blog.Parabéns!
Uau! Nunca imaginei que "A Dama de Ferro" ficaria no topo do seu ranking. Das dez performances que você listou, só não assisti ainda "A Mulher do Tenente Francês".
Uma pena, somente, que uma das minhas atuações favoritas da Meryl ("Um Grito no Escuro") tenha ficado de fora de sua lista.
Parabéns pelo especial!
Não coloco "A Dama de Ferro" nas primeiras posições, mas,certamente, merece integrar um top 10 (no meu, a interpretação foi listada). Gostei da lembrança de "As Horas", uma das interpretações mais subestimadas da Meryl!
Olá Luís, concordo com sua lista, só trocaria "Amor à Primeira Vista" por "Julie e Julia" e inverteria algumas posições. Vou ler com calma suas resenhas que você postou dos filmes protagonizados por ela...
Forte abraço amigo!
Gostei da lista, mesmo que eu não tenha visto grande parte dos citados. Gosto dela em "As Horas", rs
Dúvida é um espetáculo de atuações, diga-se de passagem. Não só ela, mas Amy Adams e Philip Seymour Hoffman dão show! As Pontes de Madison é lindo. Chega a ser engraçado o "cara" que estrelou Três Homens em Conflito dirigir uma obra tão sensível. Discordo, no entanto, completamente da primeira posição (acho a atuação superestimado e muito auxiliada por figurino e maquiagem). Não colocaria A Dama de Ferro nem entre os dez primeiros - o filme não ajuda, sabota a sua atuação o tempo inteiro.
Adoro a Meryl Streep e concordo com você ao dizer que a melhor atuação dela foi A Dama de Ferro. A atuação dela salvou o filme.
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