Roman Holiday. EUA, 1953, 118 minutos, comédia. Diretor: William Wyler.
Uma das melhores comédias românticas já criadas, com direito ao cenário romano e uma Audrey Hepburn totalmente encantadora.
Havia muito tempo que eu gostaria de assistir a esse filme, mas somente há pouco pude conferi-lo. E confesso que ver Audrey Hepburn como um membro da realeza que se envolve com um cidadão comum é realmente adorável. Não apenas a sua atuação, mas também a química existente entre ela e Gregory Peck e a excelente sintonia com o diretor, Willian Wyler, fez com que o filme se tornasse realmente uma das comédias românticas mais elogiáveis do século passado.
Honestamente, o que mais me incomoda no filme é o título nacional que parece não fazer jus à história que é narrada. Ainda que a personagem de Hepburn realmente seja da realeza e que o personagem de Pc realmente seja muito pobre, o roteiro faz questão de torná-los próximos e diminuir as questões sociais – assim, eles se mantêm no mesmo nível e é exatamente por isso que eles conseguem passar um dia juntos. Até penso que o título original seja muito mais poético, pois remete ao tempo em que eles passaram juntos. Ele até mesmo sugere que eles aproveitem o dia e o tomem como um feriado, o “feriado romano” do título. Eis o único ponto que me desagrada nessa obra e ela nem sequer tem a ver com a obra em si, haja vista que o problema ocorre na “tradução”.
Reafirmo que o que há de melhor nessa obra é a presença de Audrey Hepburn. Como a Princesa Anya, ela realmente nos encanta com o seu charme em cena e com todo os seus trejeitos delicados e surpreendentes. Destaque para as cenas iniciais, quando ela se encontra com Joe Bradley, personagem de Peck e ele, sem saber que ela é um membro da realeza, lhe aplica uns tapas na face para acordá-la e mais tarde faz com que ela durma no sofá. Não sei dizer com segurança se o filme é original em seu roteiro – sei que hoje é bem comum filmes nos quais personalidades importantes caminham anonimamente pelas ruas. Talvez àquela época tenha sido bastante inovadora essa história. E admito que ainda hoje ela funciona, mesmo que Roman Holiday pareça um pouco envelhecido. Alguns filmes, com o passar do tempo, mantém a sua integridade – esse é o caso de All About Eve, filme de 1950 que foi pessimamente traduzido para “A Malvada”. Já “A Princesa e o Plebeu” dá indícios de sua idade quando observamos algumas características suas, como a fotografia e alguns ângulos de câmera, que parecem querer englobar o máximo de informações possíveis. Isso não é necessariamente um defeito, porque não afeta a qualidade do filme, mas definitivamente o afasta de algumas pessoas.
Não posso deixar de dar a Gregory Peck os créditos pela sua atuação, mas realmente penso que o sucesso do filme se deva à dupla Hepburn-Wyler. O modo como ele a dirige faz com que sua atuação seja toda elogiável – percebo aí um sinal que chega até a atriz e que retorna ao diretor, surgindo então uma sintonia muito eficiente. Não é à toa que ela foi indicada ao Oscar e a ela foi concedido o prêmio – sua atuação sob a direção de Wyler é premiável e adorável. Duvido que alguém resista ao seu charme discreto e à sua delicadeza em cena. Eddie Albert também não falha ao compor seu personagem e, mesmo que sua participação seja pequena, ele consegue sobressair inclusive a Gregory Peck, que em alguns momentos parece meio canastrão ao lado dos outros atores.
O que me surpreende no filme é o tom realista do seu final, que não peca e vai a direção do romance desnecessário. O breve momento em que Princesa Anya e Joe Bradley se envolve romanticamente é o suficiente para que eles carreguem consigo uma boa lembrança a vida toda – isso fica evidente quando a princesa, durante seu discurso, afirma categoricamente que Roma foi o melhor lugar que gostou de conhecer. Ao fazer isso, abre mão das medidas diplomáticas e expõe sua opinião quanto àquilo que lhe fez feliz: a companhia de Bradley e os eventos que eles compartilharam. O ápice do filme, na minha opinião, é o reconhecimento que ambos os personagens têm de que, mesmo que por pouco tempo, o que tiveram foi bastante intenso e sempre será lembrado. Eles não precisam de atitudes extremas para reforçar o afeto que têm um pelo outro.
“A Princesa e o Plebeu” já tem mais de meio século de existência. Desde seu lançamento, passaram-se cinqüenta e oito anos, mas o filme manteve o seu charme e merece ser conferido – não apenas porque Audrey Hepburn está brilhante, mas também porque essa é uma obra divertida do muito competente Willian Wyler. Até poderia citar Gregory Peck, mas, para citá-lo, aí recomendaria outros filmes, como A Profecia, de 1976.
1 opiniões:
a princesa e o plebeu eh um dos maiores classicom em preto e branco de audrey... eh tao autentico,bonito luxuoso e ao mesmo tempo simples.só perde para mim para a obra de arte de e o vento levou que remasterizado ou preto em branco resguarda a beleza de quem interpreta tao magnificamente scarlet o'hara
Postar um comentário