4 de set. de 2010

A Identidade Bourne

The Bourne Identity. EUA, 2002, 118 minutos. Ação.
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Demorei muito para que eu visse esse filme. Quando todos já gostavam dele ou o detestavam, eu ainda não tinha uma opinião acerca dessa obra. Então, quando o Hugo, do Cinema - Filmes e Seriados, comentou que prefere as cenas de ação dessa trilogia às cenas de ação de O Procurado, eu decidi que tinha que ver para comprovar e, por fim, poder dizer que eu também tinha visto a trilogia.

Um rapaz é encontrado jogado no mar e depois de trazido para dentro de uma embarcação, o médico do barco descobre que o homem possui, sob a pele, um chip. Sem ter noção de quem é, esse homem, que despois descobrirá ser Jason Bourne, sai em busca de informações a respeito do que aconteceu com ele. Em seu caminho, descobrirá que está sendo caçado e que cuidado é essencial para que não morra.

Todo mundo sabe que minha preferência é por dramas, mas eu tenho umas recaídas constantes por filmes assim e gosto de ver perseguições de carros, tiros, muita violência - e por isso gosto também de filmes como Kill Bill, Busca Implacável e, como citado acima, O Procurado. Sei diferenciar bem as funções dos filmes e eu os avalio conforme o gênero em que estão. Dessa maneira, afirmo com segurança que A Identidade Bourne é um filme muito bom dentro de seu gênero, porque consegue fazer o espectador entrar no clima da perseguição e ainda pode ver boas cenas de luta. O roteiro do filme começa bem: tal como o personagem, o espectador não conhece muito, mas sabe que há um grande perigo acerca do personagem principal, afinal, por que haveria de ter um chip escondido sob a pele de alguém? De maneira ágil, com algumas cenas intercaladas, o roteiro vai nos apresentando a cilada na qual Bourne está. Logo nos primeiros trinta minutos, ele já descobre o seu nome, mas ainda não sabe quem ao certo ele é e por que está sendo perseguido. Só no quarto final de filme é que nós realmente sabemos tudo, mas, sem que o filme perca o fôlego, nos entretemos normalmente até que seja feita a descoberta.

Matt Damon não é um dos meus atores preferidos, mas ele está muito bem como Jason Bourne. Expressão concisa com a racionalidade do personagem, atos necessários e calculadas - o ator soube como incorporar o personagem e transmitir bem toda a segurança e a insegurança pelas quais Bourne passa. Acho que minha opinião foi mais favorável também porque o ator causa certa simpatia, mesmo que não sorria muito. Franka Potente também está bem em seu papel e, em atuação, está no mesmo nível que Damon. Só não achei que havia química entre o casal principal e algumas cenas, principalmente as de romance, soavam incoerente tanto com o filme quanto com os atores. Julia Stiles, que também não é nenhuma suntuosa atriz, ficou com uma personagem de significância perceptível na teoria, mas que na prática, ou seja, conforme o filme a mostra, não tem serventia nenhuma. Ainda assim, é bom ver um rosto bonito em cena - mesmo que isso não sirva pra nada. Clive Owen, em sua pequena participação, não mostra muito do seu talento. Ele apenas serve como figurante ou, sendo mais justo, como ator quaternário.

A ediçãod e imagens é realmente muito boa e isso faz com que a dinâmica do filme seja ainda maior. Os efeitos sonoros não são exagerados e não deixam o espectador semi-surdo e isso é definitivamente uma qualidade num filme em que há batidas de carro, tiros, etc. O filme possui boas cenas de ação e é capaz de entreter o espectador, que gostará daquilo que vê. As duas horas parecem durar menos e, com isso, o filme ganha mais, já que dificilmente alguém vai querer apertar flash-forward. Na minha opinião, O Procurado tem cenas mais exageradas de ação, mas, de qualquer maneira, o filme também possui um aspecto mais exagerado, logo, as cenas são coerentes com a proposta do filme. Em A Identidade Bourne, que procura mostrar algo mais sério, a sua proposta também é cumprida e, no final, fiquei bastante satisfeito, porque esperava um filme menor, menos divertido. Acho que vale a pena ver.

2 opiniões:

Thiago Paulo disse...

Olha, eu até gosto de filmes de ação, mas não pode ser muito exagerado. Não é o caso de A identidade Bourne, por isso o filme é um dos meus favortios. Acho ele conseguiu se diferenciar dos outros filmes de espião,

Sou apaixonado pela Franka Potente... rs

Recomendo que assista os outros dois filmes, conseguem ser melhores ainda.

Marcelo A. disse...

Man, pra mim, a trilogia Bourne é o melhor que tem no gênero ação e espionagem na última década. O roteiro é show, o herói é show e o filme te prende do início ao fim, como devem ser as boas obras do gênero. Pra muitos pode ser heresia, mas, em muitos momentos, o filme me lembra Operação França. Aliás, que tal resenhá-lo aqui?

E o Thiagão apaixonado pela Franka Potente, hein? Começou quando? Com Corra, Lola, Corra?

Abração!