24 de jun. de 2011

Glue

Glue, Historia Adolescente en Medio de la Nada. Argentina / UK, 2006, 110 minutos. Drama.
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A descoberta da sexualidade na adolescência é um tema que pode gerar uma boa cinematográfica, desde que, obviamente, o roteiro não se foque em situações bobas e lugares-comuns, aos quais filmes com essa temática estão sujeitos. Quando li a sinopse de Glue, rapidamente pensei que se tratava de um filme bom dentro dessa subcategoria, mas eu estava terrivelmente enganado.

O mote dessa produção mexicana é a viagem de três jovens a um lugar onde poderão ficar sozinhos e é nesse lugar que eles conhecerão as suas sexualidades e as explorarão de modo aberto e sem preconceito. É assim que o filme é vendido, mas ele está bem longe de cumprir a sugestão dada pelas linhas que eu escrevi. Glue simplesmente não mostra nada e a tal viagem da sinopse consiste numa cena de uns oito minutos – muito longos, só para constar – que mostra pouquíssimas coisas de relevante.

Li num blog que o diretor de Glue se baseou num roteiro curto e que os atores só o leram uma vez. A partir das situações propostas pelo diretor, eles desenvolveram a cena no improviso – talvez esse tenha sido o erro. Alexis dos Santos, o diretor, se equivocou ao pensar que poderia pegar uma câmera e sair filmando sem ter algo sólido em que se embasar; errou ao pensar que seus atores teriam a capacidade de lidar com esse modo excêntrico de direção; errou na edição, quando permitiu que cenas longuíssimas e sem propósitos fossem misturadas a efeitos cansativos. Creio que o maior problema de Glue seja a direção totalmente equicovada! Não há como esperar muito dos atores se percebemos que não há ali uma mão firme para lhes guiar, logo não culpo os jovens intérpretes dos chatos personagens Nacho, Andréa e Lucas, sendo este o protagonista, aquele o melhor amigo e ela a garota que acaba envolvida nas propostas desordenadas dos garotos.

O roteiro não se ocupa em fazer nada, até creio que seja lorota o que o diretor contou: provavelmente jamais houve um roteiro. Os personagens não se desenvolvem, não evoluem; há cenas intercaladas que não apenas quebram o clima (que já é fraquíssimo) como também perturbam o espectador com a sua terrível falta de utilidade. Confesso que não houve uma cena em específico que me chamou a atenção. A única cena mais interessante é aquela na qual os personagens se relacionam a três, no banheiro masculino de uma festa – ela é quase intensa, quase correta, quase bonita. Enfim, quase.

Fica evidente que eu não recomendo Glue. Não sei se há alguém que goste dessa obra, mas essa pessoa decerto enxergou coisas que eu não pude ver. Achei um filme monótono, sem propósito e, como se não bastasse, longo demais! Vários questionamentos importantes foram deixados de lado ou se perderam em meio às frases falhas de efeito que Lucas, o protagonista, solta ao longo do filme. Uma pena, perdi o meu tempo. Não perca o seu.

Luís

1 opiniões:

Jefferson Reis disse...

Eu gostei. Não perdi meu tempo. Minha cena favorita é a que eles acabam se "pegando" enquanto veem Tv depois de cheirarem muito "Glue".