28 de mar. de 2010

Assassinato em Gosford Park

Gosford Park. EUA, 2001, 137 minutos. Drama.
Indicado a 7 Oscar. Venceu por Melhor Roteiro Original.
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Já havia lido algumas boas resenhas sobre esse filme e, toda vez que ia à locadora, tinha uma imensa vontade de vê-lo. A capa é bonita e a frase-marketing me remeteu às deliciosas estórias de Agatha Christie, repletas de densidade, charme e perigo. Havia no elenco nomes interessantes, como a intensa Maggie Smith - que hoje é conhecida por interpretar MacGonagall, em Harry Potter -, Clive Owen e Ryan Philippe. As tantas indicações que o filme recebeu ao Oscar me incentivaram a pagar a absurda quantia de quatro reais para locá-lo.

É novembro de 1932. Gosford Park é a magnífica casa de campo onde Sir William McCordle e sua esposa juntam amigos e parentes para uma festa no fim de semana. Eles convidaram um grupo eclético, que inclui uma condessa, um herói da 1ª Guerra Mundial, o ídolo britânico Ivor Novello e um produtor americano de filmes, que faz os longas de Charlie Chan. Enquanto os convidados ocupam os luxuosos aposentos de cima, seus empregados juntam-se aos criados da casa na cozinha e nos corredores nos andares de baixo. Nesse cenário luxuoso, uma série de eventos que misturam gerações, classes, sexo e estórias pessoais trágicas culminam em um misterioso assassinato. (fonte - cineplayers)

O filme prima pela estética, afinal, desde o princípio nós vemos uma fotografia muito bonita, com cores que favorecem o clima de cada cena. Em nenhum momento há simplicidade quanto ao estilo. Mesmo nos cenários mais humildes, há a beleza e o luxo do casarão onde os personagens estão. Logo, no quesito fotografia, avaliei o filme com uma nota muito boa e merecida. O roteiro é meio lento e ocupa-se primeiramente em nos apresentar os personagens (que são muitos) e a maneira como todos se portam uns diante dos outros. Assim, nesse clima introdutório, vemos quase uma hora de filme. Depois começam as intrigas, as suposições, os comentários que nos fazem pensar e antever o momento em que o anfitrião será assassinado. Se o roteiro acerta em cheio ao nos proporcionar uma hora inteira para conhecer todos que estão na casa, ele erra ao se desenvolver a partir do momento em que descobrem o morto. A partir daí, todos parecem agir como antes, como se nada houvesse mudado e como se o crime acontecido nada significasse. Desse momento até a conclusão do filme - que infelizmente é fraca - não há todo o clima esperado, mas acredito que isso não seja um problema do roteiro, mas sim de direção.

Dentre os atores, não creio que todos mereçam destaque. A única que realmente chama atenção é Maggie Smith, num momento brilhante de sua carreira. Ao atuar, nos presenteia com comentários pra lá de ácidos e raivosos e atitudes muito inconveninentes, que arrancam alguns risos. Os outros atores são meros coadjuvantes, com um destaque um pouco mais para Ryan Philipe, mas, ainda assim, bastante aquém da significância de Threntam, personagem de Maggie Smith. Sua indicação foi bem justa, diferentemente do que aconteceu com sua parceira de elenco Helen Mirren, que, em nenhum momento, possui uma cena que possa justificar a indicação que também recebeu como atriz coadjuvante.

Assassinato em Gosford Park tem uma aparência bem bonita e entretém, mesmo que haja alguns poucos erros espalhados pelo filme e outros tantos concentrados no final da obra. Ainda assim, vale a pena conferi-lo, pois é divertido, tem atuações interessantes e também ele nos oferece a oportunidade de ver que às vezes a Academia faz escolhas estúpidas, como nomear atrizes e atores que nada acrescentam a um filme. Vejam-no.

Luís
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3 opiniões:

Marcelo A. disse...

Filme de supense, comédia de costumes... Sei lá. Taí um filme que nunca me entusiasmou. O vi uma vez - e só. Achei chato, monótono, lento demais. Nem a morte dupla do camarada que é envenenado e depois esfaqueado serviu pra movimentar a trama.

Tem gente que acha que o finado Altman fez um ótimo filme depois do fiasco de "Dr. T..." Sinceramente? Eu prefiro M.A.S.H. e Short Cuts...

Abraços!

Matheus Pannebecker disse...

Eu acho esse filme muito chato e o considero completamente superestimado.

Thiago Paulo disse...

Cara, agora são duas horas da madrugada. Tu acredita que está passando esse filme na Band, e pra ajudar ainda é legendado. Estou vedo, mas perdi o começo.

Sobre Glee, o ponto forte são as músicas mesmo. o roteiro é cheio de clichê, mas a série acaba até brincando com isso.

Até +