14 de jun. de 2010

Mentiras Sinceras

 
Separate Lies. Reino Unido, 2005, 85 minutos. Drama / Romance.
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Esse filme estava há algum tempo em casa. Como estava disposto a por em dia todos os filmes que eu tenho e que ainda não vi, resolvi dispor de preciosa hora e meia para ver Mentiras Sinceras. O título nacional escolhido já nos indica que se trata de uma romance e, obviamente, está de alguma forma relacionado a adultério. Tendo em mente essa perspectiva - de que veria um filme interessante sobre adultério -, eu me deitei e comecei a vê-lo.

Anne e James (Emily Watson e Tom Wilkinson) parecem manter o casamento ideal. Mas isso até que aparece em cena um terceiro personagem, Bill (Rupert Everett), protagonista de um trágico acidente que ameaça desvendar e desatar as vidas de Anne e James para sempre. (fonte - cineplayers) Basicamente é essa a história do filme e eu realmente acredito que uma proposição simples como essa poderia rende um grande filme, mas não é exatamente isso o que acontece.

O filme todo é mostrado com um ritmo bastante lento e por vezes pesaroso. Não há motivo para tamanha lentidão, ainda assim o enredo não se desenvolve, ficando estagnado aos mesmos diálogos e à mesma situação. Após vinte minutos de lenga-lenda, temos a situação que servirá como guia, dando origem a todas as suposições, rompimentos e, principalmente, suspeitas. Foi a partir desse momento que pensei que tudo mudaria, mas, para a minha surpresa, o que deveria ser uma carta na manga - e que deveria ficar guardada até próximo do final - , o ápice acontece com pouco mais de 30 minutos. A minha reação foi de absoluto espanto, uma vez que a tal revelação era a única verdade encoberta. Assim, o que acontece a partir desse momento são várias indas e vindas, numa clara amostra da instabilidade emocional da personagem feminina - que contraditoriamente é bastante segura a respeito dos seus amores.

O eleva a atuação dos atores é o carisma que todos têm. Nenhum tem um grande desempenho, então, como são carismáticos, isso se tornou um ponto a favor de cada um. Emily Watson está aparentemente bem como Anne, a esposa adúltera e assassina. Com alguns truques, a atriz soube personificar razoavelmente bem uma mulher que ama o marido e o mamante e que, ao mesmo tempo, que servir aos dois. Tom Wilkinson vive um personagem semelhante ao que viveu em Entre Quatro Paredes: um homem confuso, que começa a se perguntar a respeito de quais decisões tomar. A interpretação dele é inclusive semelhante àquela do filme que citei; a diferença, no entanto, é que em vez de perder um filho ele perdeu a mulher. Rupert Everett talvez seja o mais fraco dentre os três, mas, mesmo assim, nos apresenta um personagem interessante, que é soberbo e seguro, mas que fraqueja diante de qualquer perigo. Se ao ver o filme vocês perceberem que os personagens não são exatamente assim como citei, levem em consideração que essa é uma análise subjetiva e eu tentei enxergar através das ações dele o máximo possível. No fundo, as atuações são não mesmo grandiosas nem os personagens o são.

O filme segue lento, mostrando pouco, dispersando tanto quanto pode e se perdendo em algumas poucas subtramas. Talvez a má colocação do ápice do filme tenha influenciado no quanto eu gostei dele. Acredito que seja um filme mediano, com aspectos técnicos interessantes e potencial para ser um belo drama. Mas acaba falhando e a obra que vemos é apenas morna - requentada, provavelmente.

Luís
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