16 de nov. de 2010

Vôo Noturno

Red Eye. EUA, 2005, 85 minutos.
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Uma garota pega o avião na companhia de um jovem executivo. Durante parte do vôo tudo parece normal e surge uma atração embre ambos. O rapaz, no entanto, esconde um misterioso segredo que colocará em risco a vida dela e de todos a bordo.

Vôo Noturno é um filme bastante direto. Sem muitas enrolações, somos apresentados à história de Lisa e Jack, que descobrem-se adversários poderosos. Quero dizer, ainda bem que ela não é a típica mocinha estúpida de filmes do gênero; ele, por sua vez, não é o mais cruel e inteligente sequestrador. Assim, ambos conseguem se equivaler, nos mostrando alguns momentos legais e outros bem estranhos. O filme foi dirigido por Wes Craven, famoso diretor que já nos trouxe obras como Pânico, A Hora do Pesadelo e o cult Aniversário Macabro. A direção é regular até um pedaço, mas depois fica um pouco exagerado e se perde conforme o final se aproxima. O mesmo pode ser dito sobre o roteiro: intercala bons e maus momentos, mas, já no final, perde um pouco o foco quando amplia as possibilidades de fuga de Lisa.

Acho que todos já estamos um pouco cansados das incoerências ou situações forçadas que filmes como esse nos apresentam. Por exemplo, como realmente vamos acreditar que tudo aquele jogo de gato e reto tenha ficado em segredo quando os dois personagens conversam em tom de voz bastante audível num ambiente fechado, como aquele avião? E não havia ninguém ali que estivesse acordado para ouvir aquela conversa? Destaque especial para a cabeçada que Jack Rippner dá em Lisa; a parte interessante é que o movimento é extremamente brusco, faz um barulho horrível (mistura do som das cabeças se chocando e do grito dela) e ainda assim todos continuam dormindo! E há também aquela criancinha implicante que, sem motivo algum - já que ela mesma não presenciou nada - se mostra totalmente contra Jack, o que facilita bastante a vida de Lisa.

Rachel McAdams é uma atriz por quem tenho simpatia. Não a acho assim tão talentosa, mas ela é bastante carismática e isso definitivamente é um fator positivo. Não posso negar que a prefiro em filmes românticos, porque ela me inspira a delicadeza e o platonismo dos grandes romances. Aqui não há espaço para amores, mas ela continua bonita e com algumas cenas inspiradas. Acho que o problema é Cillian Murphy, afinal ele é a mesma coisa em todos os filmes. Vi uns quatro filmes com esse ator e ele é sempre igual, sempre atuando no módulo automático, deixando que somente suas falas tenham certa expressividade - não total, porque é necessário o tom de voz certo para deixar uma fala completamente crível. Jayma Mays, que interpreta Cynthia, dá o tom bobinho de comédia que o filme tem em alguns momentos - nada que estrague o que o filme tem de bom nem nada que faça com que ele se torne pior.

O filme não entretém muito. No começo, há um clima legal de claustrofobia, mas isso dura apenas 10 minutos, porque logo dá espaços a umas cenas mais bobinhas, menos racionais, como aquelas que citei acima. Não é necessário um grande esforço para assistir a esse filme; não há, porém, grande entretenimento. Mais uma das várias obras medianas que surgem a cada ano e que, no momento oportuno, vira produto da Tela Quente. Se alguém puder, por favor, me explique o título original...

4 opiniões:

Luiz Santiago (Plano Crítico) disse...

Olá, boa noite.

Sou Editor do Cinebulição, e conheci seu blog na rede. Estou muito impressionado e feliz com suas ótimas abordagens.

Gostaria de propor parceira entre o seu blog e o meu CINEBULIÇÃO. Penso que seria muito agregador ter um blog tão bom quanto o seu, como parceiro.

Minha proposta é seguir um ao blog do outro, e nos adicionarmos na coluna de sites indicados.

Ficaria muito feliz se topasse.

Abraço.

Hugo disse...

Apesar dos absurdos, o filme é bem legal durante a disputa psicológica no avião, mas perde fôlego no reta final.

O título "Red Eye" é um apelido usado para designar os vôos noturnos nos EUA, aqueles em que os passageiros geralmente dormem e quando acordam ao chegar ao destino na madrugada ou pela manhã, estão com os "Olhos Vermelhos" de uma noite mal dormida.

Abraço

chuck large disse...

Um filme bem....meia-boca.

Eve Frusciante disse...

Primeiramente adoro o filme, dificilmente um filme do gênero agrada porque geralmente é repetitivo, mas esse não.
Só estou comentando pra fazer uma observação quanto o que tu dissestes do Cillian Murphy que é meu ator favorito, pois tem talento pra dar e vender. Provavelmente os filmes que tu vistes foram os que ele tem breve participação, ou seja, os hollywoodianos, então não tens como avalia-lo de forma correta. Assista Peacock, Breakfast on Pluto, ventos da liberdade, Intermission e On The Edge, leve em conta a idade e os papéis que lhe fora dado e avalie de acordo com o desempenho da atuação.
Acredito no potêncial do Cillian e fico triste com os papéis secundários que lhe dão em grandes produções porque são nas produções mais "underground" que ele arrasa tem mais espaço.

estou amaaaaando seu blog, seus textos de fácil acesso, concordo e discordo, estou anotando filmes que ainda não vi pra depois ver e assim vou descobrindo seu espaço.
Assista os filmes que ti indiquei, principalmente o Peacock de 2010. abraçooss