28 de abr. de 2010

Sexta-Feira 13

Friday the 13th. EUA, 1980, 95 minutos. Terror.
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Há 30 anos surgiu um dos assassinos mais perigosos de todos os tempos. Digo "perigoso" porque conforme a série evolui - se bem que termo não seja o mais correto -, Jason se tornou uma célebre máquina de matar, sendo capaz de atentar contra qualquer coisa que esteja à sua frente, independentemente de ser um humano, um cachorro ou uma árvore. É sabido que hoje o personagem é totalmente caricato e que já não tem mais o seu charme original, que muitos nem sequer consideram original, uma vez que dizem tratar-se de uma cópia daquilo que Mike Myers é.

Em 1980, com direção de Sean Cunnigham e roteiro de Victor  Miller e Ron Kurz, chegava aos cinemas a história do acampamento em torno do Lago Crystal. Não posso dizer que conheceríamos a história de Jason, pois, como muitos bem sabem, não é isso que acontece. Naquele acampamento, em 1957, um garotinho se afogou no lago, porque os monitores estavam transando em vez de cuidar das crianças. Um ano mais tarde, os monitores são mortos brutalmente; algum tempo depois, um incêncio destrói boa parte do acampamento. Na data atual - que obviamente se refere à data em que o filme foi lançado - , ou seja, vinte e três anos depois da morte do garoto, o acampamento passa por um processo de modernização er eestruturação, para que sirva novamente de hospedagem a jovens. Vários monitores a serviço do dono do local chegam antes da temporada, a fim de fazer os últimos reparos e deixar tudo pronto para a temporada de férias. Subitamente, algo começa a acontecer e eles descobrem não estarem sozinhos.

Muitos são fãs incondicionais da série, mas devo dizer que, embora eu curta o clima desse filme, eu não o acho grandioso. E os outros subsequentes tem um nível bem menor. Logo, o melhor filme da série é mediano. Mas isso não significa, de maneira alguma, que devemos desprezá-lo. Parece que 30 anos atrás é pouco tempo, mas muita coisa evoluiu, principalmente os efeitos especiais e as maquiagens, que estão cada vez mais aprimoradas. Como principal aspecto, a maquiagem é exatamente o que esse filme tem de melhor! E eu ouso dizer que as cenas em que vemos pessoas mortas de maneiras brutais, como a cena do machado, são muito mais realistas do que muitos filmes lançados ultimamente que contam com o auxílio de efeitos de computador. Eis o momento em que tenho que apresentar o responsável por esse feito: Tom Savini, maquiador respeitado pela sua significativa participação no gênero terror. Talvez vocês não saibam, mas a composição dos zumbis dos filmes de Romero foi criada por Savini, que criou ainda a maquiagem de muitos outros filmes, como Creepshow, O Despertar dos Mortos, etc. Os que já assistiram a esses filme, me respondam: o filme teria ou não teria menos charme se não houvesse a interessante maquiagem de Savini?

Cunnigham, o diretor, foi bastante feliz no ritmo que deu ao filme e na tentativa de tornar os personagens simpáticos. Felizmente, eles não são completamente estúpidos, nem são totalmente infantis, e, em nenhum momento, sentimos aquela vontade que surge em alguns filmes de que todos os personagens - mocinhos ou vilões - devem morrer. É claro que existem alguns momentos de imbecilidade, mas isso não é nada comparado às diversas produções que viriam a seguir. Por exemplo, num determinado momento, bem antes de as mortes começarem, um rapaz corre sozinho pela floresta e, ao ver alguém entrando numa cabana, ele segue a pessoa. Certamente muitos não fariam isso, mas há também aqueles que fariam. Assim, não é nenhum grande erro a atitude do rapaz, até porque ninguém havia morrido ainda e ele não podia imaginar que ele seria a primeira vítima! Conhecem aquela velha regra do sexo? Pois bem, ela é aplicada nesse filme. O casal que quis se divertir um pouquinho acabou indo pro saco - em duas mortes bastante interessantes. Vale ressaltar que também não podemos dizer que o assassino tenha tido uma vida sexual pouco ativa e que, por isso, tem raiva das pessoas que curtem dar uma trepadinha... O motivo do assassino, que embora seja basicamente promover uma matança, encontra embasamento também naquele acontecimento de 1957...

É importante dizer que os personagems têm que estar ali. Eles, afinal, são monitores e estão trabalhando para a reabertura do acampamento. Diferentemente do que aconteceria nos outros filmes, em que os personagens são puramente idiotas e que o Jason se tornou um mochileiro, indo matar em qualquer lugar, desde Nova Iorque até no espaço, o roteiro dá credibilidade à localização dos personagens. Eles cumprem suas obrigações, que é reparar o local e dessa maneira não é culpa deles estarem na mira do assassino. Como ponto positivo, há também o tom sombrio e suposições de mortes, ou seja, na escuridão, não conseguimos saber exatamente se a pessoa está morta ou não. Destaque para as cenas de assassinatos acontecidos on-screen e também para o clima daquelas acontecidas em off. A única coisa que me desagradou um pouco é a supercapacidade do assassino. Como ele pode ter tempo para montar posições estratégicas para os corpos aparecerem e, tendo em vista quem é o assassino, como pode fazer tantas coisas, como colocar um cara morto em cima da cara, pendurar um outro na árvore e ainda se mostrar tão babaca e fácil de controlar como nas cenas finais?! Os que já assistiram ao filme sabem do que eu estou falando... Mas, enfim, este é um pequeno detalhe do filme, que não interfere tanto na qualidade final. Dentre os atores, vale dar atenção e fazer um pequeno elogio à interpretação de Besty Palmer, intérprete da mãe de Jason, que atuou no filme contra a vontade, mas que estava a fim de ganhar um dinheiro para comprar um carro novo. De longe, sua atuação é a mais significativa e dentre as atrizes que já interpretaram a mãe do personagem, a melhor intérprete certamente é Besty.

Acredito que tenha comentado tudo o que eu queria dizer. Assim, concluo que esse seja um filme interessante, com um clima legal, mas apenas mediano. Não podemos, no entanto, ignorar o seu significado cinematográfico, já que ele gravou nas nossas memórias um personagem bastante conhecido. Ao ver a máscara de hóquei, é mais provável que uma pessoa se lembre de Jason do que se lembre de um desenho que todos assistiam quando pré-adolescentes, Os Super Patos. Não se esqueçam também de que em 2009, essa primeiro filme foi modernizado, ferrado, cagado, etc., ao ser lançado um remake que é tosquíssimo e conta com o galã de filmecos de terror Jared Padaleck. Entre a versão antiga e a moderna, opte pela que é boa, ou seja, veja esse filme!

Luís
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2 opiniões:

Hugo disse...

Mesmo nos anos oitenta ele nunca foi considerado um grande filme.

O que marcou foi o personagem que virou ícone e as mortes violentas e elaboradas, além do clima do filme.

Em comparação por exemplo com o clássico "Halloween", o filme de John Carpenter é bem superior.

Abraço.

thicarvalho disse...

Um grande clássico do cinema oitentista. Acho q o original Sexta Feira 13 é mais do q um filme mediano. Agora, os muitos filmes consequentes são realmente bizarros, inclusive o péssimo Jason X. Concrodo tb qnd vc fala q Jason é mto semelhante a Halloween, apesar da trama completamente diferente. Enfim, independente de estilo, são dias das mais lucrativas franquias do gênero. Grande abraço e parabéns pelo texto.

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