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26 de jun. de 2010
Casa de Areia e Névoa
Indicado a 3 Academy Awards, nas categorias Melhor Ator (Ben Kingsley), Melhor Atriz Coadjuvante (Shohreh Aghdashloo) e Melhor Trilha Sonora.
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O Klaus, dono do blog Bit of Everything, elaborou uma lista contendo as melhores atrizes da década na opinião dele e o que me levou a assistir a esse filme foi a presença de Jennifer Connelly; senti a necessidade de vê-lo para saber se era assim tão bom.
Kathy é uma faxineira que fica meio atordoado após o marido tê-la abandonado; sem ler suas correspondências por muito tempo, é pega de surpresa quando o município decide tomar a casa e leiloá-la devido ao atraso dos pagamentos de impostos dos quais Kathy era isenta. Ela tenta reaver sua casa o mais rápido possível, mas logo no dia seguinte um coronel iraniano compra a casa por 1/4 do valor que ela vale e se muda com a sua família. Entre os personagens - não somente Kathy e Behrani - ocorrem situações imprevistas que provocam a instabilidade e os levam a pontos inimagináveis.
Primeiro, quero elogiar o roteiro. A história toda está envolva num erro que dificilmente seria resolvido rapidamente, afinal, todos conhecemos o quão lenta é a burocracia. Um ponto interessante é nos apresentar pessoas desesperadas, mas que, em contradição com os seus atos, estão cobertas de razão. Há cabimento em querer defender com unhas e dentes uma propriedade que é sua e que por erro alheio lhe foi tomada; ao mesmo tempo, é compreensível que, uma vez que se pagou a casa, independentemente de como a casa foi tomada, é um direito do comprador de permanecer nela ou revendê-la por quanto achar necessário. As situações que ilustrei representam basicamente o resumo das situações pelas quais passamn, respectivamente, Kathy e Behrami. A somar a essa já desesperadora situação, surgem ainda os personagens secundários, como o policial Lester, que rapidamente simpatiza com Kathy e troca sua família para ficar ao lado dela e há a família do coronel, que torce para conseguirem enriquecer nos Estados Unidos, a chamada "terra dos sonhos", e fugir do Irã, onde o coronel tem problemas. As complicações envolvem cerca de seis personagens. A casa do título provoca a desarmonia de todas as maneiras possíveis, tornando os seus atuais e ex-moradores completamente miseráveis e fazendo-os revolver o passado, buscando nele forças para continuar. Ouso dizer que o personagem mais importante da trama é a Casa, feita com a fragilidade da areia e com a inconsistência da névoa. Por ela, os personagens tornam-se fracos e instáveis.
Começarei por quem mais me impressinou: Shohreh Aghdashloo. Sua participação é pequena e em muitos momentos a ouvimos falando em outra língua. No entanto, ela marca presença de maneira firme, numa atuação memorável e bela. Penso que ela seja a principal representante do desespero, afinal, não há somente o desespero da casa, como também a pressão familiar e o medo de ser deportada. Shohreh, cuja carreira é meio questionável, está encantadora nesse filme e sua cena final é extremamente comovente. Ben Kingsley, em muitos momentos do filme, se infla do jeito-Sean-Penn-de-ser e se mantém inexpressivo. Do meio para o final, porém, ele decide nos mostrar que é capaz de atuar e fica bem à vontade em seu personagem; o destaque cabe às cenas finais, que são um banho de emoção nos espectadores e de desespero - tantos nos personagens como em nós. Ainda assim, não acho que ele merecia uma indicação. Jennifer Conelly está correta e sua interpretação é bonita, como é usualmente. Sem exageros e sem humildades, sua atuação é regular e sua história cativa o público. Vê-la em cena é um presente e, assim como acontece com Aghdashloo, em cena ela está bela. A respeito de merecer uma indicação, não sei dizer, porque ainda não vi todas as atrizes que concorreram ao prêmio, mas, como comumente a Academia faz escolhas estranhas, é possível que Connelly tenha sido pretendia em função de uma atriz em desempenho menor. Ron Eldard está à sombra de sua parceira, sempre meio oculto pela eficiência dela, mas ainda assim, sua interpretação é significativa e vale a pena.
Casa de Areia e Névoa é um filme que merece ser visto. Há algumas pequenas incoerências na história, como o fato de Kathy ser uma faxineira pobre que contraditoriamente - parece que faz por prazer - nunca trabalha! Não é uma das obras que mais me entreteram, mas eu certamente a vejo como muito produtiva e bonita, pois está cercada de elementos positivos, desde atuação até a fotografia e a trilha sonora, eficaz nos momentos mais densos. Confiram-no.
Luís
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4 opiniões:
Gosto bastante desse, elenco muito bom. Não sou tão fã do Ben Kissley, mas adoro a Jennifer Connelly. Pra mim ela está melhor ainda no filme Reservation Road, onde atua ao lado de Mark Ruffalo e Joaquin Phoneix.
E que final, hein?! Vale a pena ver só para conferí-lo.
Abraço!
Esse filme é arrebatador! E isso se deve aos poderosos desempenhos do elenco, todos maravilhosos! E aquele Oscar era da Shoreh Aghdashloo!
Toda vez que vejo esse filme, me lembro de você, por causa daquela confusão com Casa de Areia. Eu também recomendo entusiasmaticamente o filme e aprecio a interpretação da Connelly. Não sei se concordo com o Klaus, mas a interpretação dela é correta, como sempre, aliás.
Nossa... nem revisei o que escrevi. Se saiu alguma besteira, não leve em consideração... uahahahha!!!!
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