31 de ago. de 2010

Chuva de Verão

Rain. Nova Zelândia, 2001, 92 minutos. Drama.
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É verão na Nova Zelândia, início dos anos 70, aos treze anos, Janey se instala com sua família em uma cabana para mais um perfeito feriado à beira-mar. Ela está cada vez mais consciente dos problemas no casamento de seus pais. A mãe tornou-se alcoólatra e o pai virou uma pessoa totalmente alienada. Ao ver sua mãe se envolver com um fotógrafo, ela começa a descobrir sua própria sexualidade. Janey decide crescer rápido. Rápido demais...

Esse é um daqueles filmes que assistimos sem ter que pensar muito. A história é suave, com elementos comuns no drama e que vão moldando o filme, tornando-o um pouco maior do que ele é. O roteiro é muito eficiente ao focar a vida de uma garota que quer ser grande: ela experimenta, em pouca quantidade, muitos dos prazeres da vida adulta, como a bebida, o cigarro, os beijos. A atração por um homem mais velho a coloca diante de um de seus medos, que é ser como a mãe. Se ela foge dessa sensação de que pode virar exatamente aquilo que a mãe é, ela paradoxalmente vai de encontro a essa característica quando percebe que somente assim poderia conquistar o fotógrafo. O fotógrafo é um elemento impactante na vida da família: ele faz com que o pai se disperse e que, quando se dá conta do que está havendo, se desligue por vez; revive o desejo na mão; incendeia Janey, que passa a desejá-lo incansavelmente.

Ainda que seja bastante simples, o filme possui uma capacidade muito grande em mostrar como a família se deteriora. A parte interessante é que eles desmancham silenciosamente, cada qual à sua maneira, mas todos, de certa forma, buscando uma última aproximação. O pai tenta debater com a mãe, que tenta abraçar a filha, que tenta cuidar do irmão, que corre pros braços do pai. Eles formam um ciclo, mesmo que o elo não seja muito forte. A somar, há a belíssima trilha sonora e a paisagem local. As canções ao longo do filme são extremamente funcionais, porque elas têm uma habilidade tremenda de colocar o espectador a par dos sentimentos dos personagens. São canções belas e tristes, tal como cada personagem ao longo do filme. A paisagem mostra muitos cenários interessantes, como o barco ancorado, o primeiro passei no barco do fotógrafo, as festa sorganizadas pela família à noite.

Chuva de Verão é um filme mediano, mas interessante. A sua história é de certa forma envolvente, já que nos faz ficar ao lado da complicada Janey e, ao mesmo tempo, nos faz compreender o que cada pessoa da família sente em relação umas às outras. O verão pode significar eventos positivos: acampamentos, férias, viafens; pode também assumir outros sentimentos: desapego, condescendência, incômodo e, por fim, tristeza. O final do filme vale muito a pena e o conclui de maneira muito satisfatória!

Luís
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2 opiniões:

Thiago Paulo disse...

Tenho muita vontade de ver esse filme, sempre pego o dvd na mão mas acabo devolvendo.

Abraço

Marcelo A. disse...

É sensação minha ou já li uma resenha sua sobre "Chuva de Verão"?