Mark Boal, vencedor do Oscar de Melhor Roteiro Original, por Guerra ao Terror.
Antes de ir direto ao ponto, gostaria de agradecer às pessoas a seguir. São todos convidados queridos, eles possuem trabalhos que eu aprecio e inclusive recomendo para os que me lêem. Os convidados fixos são: Marcelo Antunes, do blog Diz que Fui por Aí...; Thiago Paulo, do Conexão Cinema/TV e o Renan, que por bastante tempo dividiu o blog comigo. Dentre os convidados que participação rotativamente, são eles: Vinicius Colares, do blog Doutor Caligari; Wilson, que não representa nenhum blog, mas que me deixou conhecer o seu bom gosto por filmes; Cristiano Contreiras, do polêmico Apimentário; Ewerton, colega de classe e dono do A Cereja do Bolo; Matheus Pannebecker, do recomendado Cinema e Argumento e Kamila Azevedo, autora do Cinéfila por Natureza. Para estrear essa nova sessão, eis o blogueiro Caio Colleti, do blog O Anagrama, a quem gostaria de agradecer por ter aceitado o meu convite de participar do meu blog. Sem mais delongas, vamos aos indicados e, posteriormente, às nossas conclusões.
Bastardos Inglórios - Quentin Tarantino
Dentre os concorrentes, esse é, de longe, o que eu mais gostei. Quentin Tarantino dá a um tema batido (a II Guerra Mundial) uma nova roupagem que fixa o telespectador. Com um roteiro extremamente inteligente vemos tiroteios, mortes inesperadas e muita vingança, tudo de extremo bom gosto. (por Renan)
Guerra ao Terror - Mark Boal
Escrito por um ex-correspondente de guerra, o roteiro de Guerra ao Terror rendeu ao filme de Kate Bigelow, o primeiro Oscar na premiação desse ano. A história do desarmador de bombas e de seus companheiros é envolvente e pertubadora, prendendo o espectador nas suas mais de duas horas de duração. (por Marcelo)
Um Homem Sério - Ethan e Joel Coen
Os irmãos Coen têm um respeitável currículo de indicações: já receberam nominações por Onde os Fracos Não Têm Vez e Fargo e desta vez conquistam outra indicação. A história de Larry Gopnik, um professor que vê seu casamento afundar e ainda começa a ser ameaçado por cartas anônimas. Com um humor refinado (e às vezes bem sutil), o roteiro nos mostra uma história bem interessante, mas que, em sua totalidade, não supera nenhum de seus concorrentes a essa categoria. (por Luís)
O Mensageiro - Oren Moverman e Alessandro Camon
O Mensageiro é um drama anti-guerra de eficiência incontestável, mas é evidente para quem experiência o filme de uma forma analítica que tal força se deve muito mais a performance do elenco, em especial da brilhante dupla principal formada por Ben Foster e Woody Harrelson, do que pelo trabalho acurado de Alessandro Camon e Oren Moverman na condução do roteiro. De forma linear e sem grandes arroubos, o script nos leva as conseqüências completas de sua premissa, e se mostra eficiente em desenvolver os personagens. Mas nada que realmente salte aos olhos. (por Caio)
Up - Altas Aventuras não possui um roteiro tão bom assim, qualquer um dos seus concorrentes consegue ser bem melhor nesse quesito. Se formos ver, a animação, que começa de maneira sensacional, se perde em vários momentos. Se ela mantivesse o nível do seu começo, certamente teria um dos melhores roteiros do cinema. (por Thiago)
Agora vamos às opiniões particulares de cada jurado. Cada um dirá brevemente se concorda com a Amademia ou se discorda dela e apresentará os seus argumentos para justificar o seu posicionamento.
• Caio Coletti
Sobre a categoria: Permanece incontestável o mérito da Academia de ter escolhido os cinco melhores roteiros originais do ano. No entanto, é notável o quanto os seus membros priorizam as narrativas que se atém ao modelo pragmático de teóricos como Syd Field, que resultam em experiências burocráticas por si mesmos, ainda que sua excelência possa ser impulsionada pelos outros fatores que compreendem a realização de um filme. Quentin Tarantino ainda é o escritor mais pessoal, mais idiossincrático (no bom sentido), que os acadêmicos deixam entrar em sua seleção, seguido de perto pelo frescor de idéias do time da Pixar, dessa vez lembrado merecidamente por Up – Altas Aventuras. De resto, a comédia-cabeça dos irmãos Coen não deixa dúvidas que, entre os indicados, Mark Boal levou o prêmio não apenas pela importância do seu trabalho, mas também pela escolha sempre estratégica da Academia.
Concordo com a opinião da Academia: Sim
• Luís
Concordo com a Opinião da Academia: Não concordo.
Sobre a Categoria: Todos os filmes indicados nessa categoria tiveram seus méritos, mas realmente acho que a Academia falhou ao esquecer, por exemplo, de indicar (500) Dias Com Ela, cujo roteiro me agradou muito mais do que Um Homem Sério, ainda que este também seja uma obra interessante. Ter premiado Mark Boal por Guerra ao Terror apenas serviu como desculpa para conduzir o filme de Bigelow ao prêmio principal. Honestamente, creio que o roteiro tenha sido avaliado bem, mas o ter premiado foi errôneo, pois havia obras mais originais e mais bem estruturadas.
Quem eu premiaria: Embora não tenha me sentido próximo da obra de Tarantino, creio que esse seja o melhor roteiro original dos indicados. Decerto, Tarantino fez história ao desconstruir um momento político-histórico que marcou extremamente a população mundial – e ele conseguiu fazer isso com humor e refinação. Não me sobram dúvidas de que o seu roteiro era o melhor dentre os indicados.
• Marcelo
Concordo com a Opinião da Academia: Não, apesar do mencionado acima.
Sobre a Categoria: Foi um ano de grandes trabalhos, embora a superioridade do filme de Tarantino seja notável.
Quem eu premiaria: Bastardos Inglórios. Tarantino não só contou uma história originalíssima, mas também prestou uma grande homenagem à sétima arte.
• Renan
Concordo com a opinião da Academia: Não.
Sobre a categoria: Tenho que destacar que me senti extremamente ignorante assistindo “Um Homem Sério”, e sendo assim, não entendi nenhuma de suas indicações. No páreo estão bons filmes como “Up” e campeão da noite, “Guerra ao Terror”. Mesmo tendo gostado do último, achei o roteiro de Bastardos Inglórios tão criativo e tão inteligente que deveria ter ganhado.
Quem eu premiaria: Bastardos Inglórios, pois como dito acima, tem um roteiro inteligente e divertido.
• Thiago
Concordo com a Opinião da Academia: Não.
Sobre a Categoria: Acredito que, tirando Up - Altas Aventuras, todos os outros indicados realmente mereceram estar na disputa do prêmio de Melhor Roteiro Original. Gosto bastante de Guerra ao Terror, mas, a meu ver, o filme possui o segundo melhor roteiro, porque Bastardos Inglórios consegue ser muito melhor.
Quem eu premiaria: Bastardos Inglórios, pois Quentin Tarantino conseguiu desconstruir toda história com bastante originalidade.
Conclusões:
Como vocês puderam perceber, Bastardos Inglóris recebeu quatro votos a seu favor e apenas um de nós concordou com a Academia. Ou seja, se a estueta fosse entregue conforme a vontade das cinco pessoas que analisaram essa categoria, o filme de Tarantino facilmente teria conquistado o prêmio de Melhor Roteiro Original. Aliás, tendo-o reconhecido uma vez pelo sua capacidade criativa, penso que agora seja hora de reconhecê-lo como diretor, afinal, os seus filmes são muito eligáveis.
2 opiniões:
Acho que essa conclusão final era esperada. Bastardos Inglórios foi um filme que (pelo menos a quem eu perguntei) todo mundo gostou.
Guerra ao Terror não é ruim, mas acho que inova pouco, ao contrário do filme de Tarantino.
Fala Luís, tudo bem? Olha, ficou muito legal o post, viu. Adorei particpar também.
Abraço!
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