24 de dez. de 2009

Austrália

Australia. EUA/Austrália, 2008, 167 minutos. Drama.
Indicado ao Academy Awards de Melhor Figurino.
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Austrália é decididamente um filme estranho, pois tem diversos pontos positivos, mas na junção de tudo o resultado foi um filme longo que não entretém e nos deixa com a sensação de tempo gasto a toa.

Hugh Jackman com certeza está entre os atores mais carismáticos da atualidade. Depois de sua apresentação no Oscar tive vontade de ver mais filmes com ele. Voltando ao filme, talvez seja ele que mais trabalhe no filme. Drover, seu personagem, é grosseiro e rude, mas por trás dessa máscara, há um homem bom e justo que realmente é capaz de amar Lady Ashley. Concordo com o Luís quando ele disse que o Hugh Jackman merecia uma indicação. O que posso falar de Nicole Kidman ? Ela é a atriz que deu vida a filmes maravilhosos como Moulin Rouge, Os Outros e As Horas. É difícil de acreditar no papel dela em Austrália. Lady Ashley é uma mulher forte e destemida que faz de tudo para dar continuidade a fazenda de seu ex-marido. O grande problema é como isso é mostrado, pois em várias horas temos a impressão que quem dirigiu a cena foi um diretor da Zorra Total e Casseta e Planeta de tão boba e caricata que elas ficam. Assistam a cena do canguru e vejam por si só. Outro problema é a criança aborígine. Não propriamente ela, mas o tom misterioso e sobrenatural que a ronda. Não tenho nenhum problema com filmes que não retratem a realidade, do contrário, adoro ficção e etc, mas misturar um drama épico com supertições não fui uma boa sacada.

Tá, o filme tem algumas coisas boas claro, principalmente quando se nota os cenários. A idéia de uma terra nova é bem passada com enormes extensões de terra vazia com desfiladeiros enormes juntamente com uma fotografia mais tom de terra. O figurino também é belíssimo principalmente o vestuário de Lady Ashley. Por fim, não recomendaria Austrália pelo lado negativo se sobressair ao positivo, pois com as suas quase 3 horas de filme, o tempo parece não passar e sentimos que assistimos umas 5 horas.

Renan
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Ansiei por ver esse filme. Tão logo que estreou, esperei pelo final de semana para ir conferi-lo; para o meu desagrado, antes que pudesse ir, o cinema de onde moro retirou o filme de cartaz e eu tive que esperá-lo entrar para o catálogo das locadoras. Mesmo assim, demorei para vê-lo e somente recentemente pude formar minha opinião a respeito. E minha avaliação final resultou numa nota bastante mediana, isto é, o filme definitivamente não se adequou às minhas expectativas.

Lady Sarah Ashley foi à Austrália depois que seu marido morreu supostamente assassinato por um nativo. Em meio à Segunda Guerra Mundial, ela se vê em dificuldades quando descobre que o contador de seu marido e o capataz da propriedade estão extraviando os bois da família, levando-os para territórios vizinhos, onde os vendem e ficam com o dinheiro. Depois de despedi-lo, ela se desentende com o vaqueiro Drover, já que ele desaprova totalmente a atitude dela de dispensar o outro criado, pois, sem ele, não há como fazer a venda dos animais. Lady Sarah Ashley, incentivada pelo contador que se redimiu, propõe a Drover que ele mesmo leve os animais até Darvin, para vendê-los e acabar com o monopólio de um magnata dos bois. Ao mesmo tempo, ela se vê totalmente envolvida pela cultura da região devido à aproximação com Mullah, uma encantadora criança aborígene.

O filme tinha tudo para ser uma ótima produção: um diretor capaz, atores bons, paisagem interessante e a possibilidade de transformar o roteiro em algo bem grandioso. Isso, porém, não aconteceu e o que senti após vê-lo foi profundo desapontamento. Antes de começar a explicar os porquês de achar o filme ruim, gostaria de dizer o porquê da minha decepção máxima: em 2001, a junção Luhrmann-Kidman rendeu um filme excelente, que conquista a (quase) todos e que se mostra espetacular não somente na reinvenção do gênero musical, mas também como obra cinematográfica! Eu havia logicamente de esperar que a mesma junção, pelo menos, rendesse um filme bom, que me entretivesse e me fizesse enumerar qualidades - e não defeitos. Pois bem, uma vez explicado o fato, vamos à análise do filme.

O roteiro é bastante complicado e talvez o maior dos problemas do filme, então prefiro começar por ele. A história provavelmente funcionaria eficientemente se fosse tratada dentro do gênero épico, que inclusive combinaria com a longa duração da obra. Tudo se desenvolveria bem se o enfoque fosse na situação dos personagens e não nos personagens em si: dada a opção do diretor, o romance se torna um elemento forte e problemático, já que é tendencioso e retoma todos os clichês que pensaríamos que foram abandonados por diretores bons como Luhrmann. O fato é a junção de vários gêneros numa única produção fez com que ela ficasse atordoada e desconexa, havendo muitos momentos incoerentes e contrastantes entre si. Vou discorrer sobre eles agora e, aproveitando, comentarei a respeito da direção.

O primeiro tom que vemos no filme é o cômico. Os primeiros 20 minutos nos apresentam cenas totalmente incabíveis para o tema do filme: vemos uma introdução incorreta do personagem Drover; vemos uma luta que poderia ter sido descartada; é mostrado um humor pra lá de dispensável e - como se tudo isso não fosse o bastante - ainda somos apresentados àquela que considero uma das cenas mais humilhantes de toda a década e pela qual senti muita vergonha alheia (pobrezinha da Nicole Kidman!). Pouco depois, o ar cômico é ignorado e nós começamos a perceber os elementos mais sérios; o roteiro finalmente faz com que Lady Ashley pare de ser infantil e torna-a mais adulta, com menos manias. Esse é o momento pelo qual eu ansiava: a correção. Por um momento, pensei que o enfoque fosse se manter naquilo que é realista e que está diretamente ligado à história principal, que é sobrevivência e a volta por cima no continente desconhecido. Porém, as coisas desandam mais uma vez e o que vimos é o acréscimo do misticimo, que definitivamente é outra opção errada. Me senti totalmente angustiado com aquela criança aborígine ridícula cantando para tentar impedir que o pior acontecesse (quem assistiu ao filme, certamente sabe a que cena me refiro). A esse trecho do filme, dou o nome de road-movie rural, pois inclui trechos bons que mostram a viagem dos personagens que se dá por métodos obviamente rurais e digo que esse foi o pedaço que mais me agradou. O auge do filme se encerra antes que cheguemos à sua metade - justamente quando, contraditoriamente, o entretenimento começa a ser maior - e o que nos resta é assistir a um brusco descontrole por parte do diretor, que perdeu o rumo. Vimos acrescidos os gêneros romance e drama, além de ser mantido o tom místico - e deveras impróprio - que incomodou cenas antes. O roteiro não se contentou em deixar a produção estranha; teve também que estragar os personagens. Lady Ashley é muito mal desenvolvida e o tempo todo nos questionamos quanto às suas atitudes e decisões; ela se mostra tão instável e fora de rumo como a direção do filme e o tom que a ele foi dado. A "encantadora criança aborígine" - como está escrito na sinopse da caixa do DVD - não tem nada de encantadora. É tão irritante com seus trejeitos e não sabe se gosta o suficiente da família que tem a ponto de ficar com elas ou se quer ir para a jornada do descobrimento pela qual tem que passar. Assim como Lady Ashley, a criança tem uma personalidade estranha e inconstante.

Um roteiro ruim faz com que o filme obrigatoriamente seja ruim? Definitivamente, não. Isso significa que Baz Luhrmann poderia ter escolhido melhor a maneira como conduziria o elenco e como os inseriria dentro do lastimável enredo. Porém, mais infeliz do que o roteiro é a direção dele! Poucas vezes vi uma atriz tão talentosa como Nicole Kidman sendo destruída pelas mãos capazes de um diretor. Na meia hora inicial ela está absolutamente monstruosa, com trejeitos desnecessários e exageros em cada gesto, em cada tom de voz. Já disse acima, mas vou reforçar: cabe à sua personagem uma das cenas mais constrangedoras da atualidade. Como a criança aborígine não atua - não sei se por incompetência ou pela má direção -, não escreverei a respeito dela. Meu maior elogio vai a Hugh Jackman, que, pelo primeira vez, me surpreendeu como ator. Antes, nutria por ele simpatia, pois ele é realmente carismático; foi neste filme, que eu facilmente compreenderia se algum ator se revelasse entre o mediano e o insatisfatório, que Jackman mostrou que consegue ir além do cotidiano Wolverine. Achei-o realmente muito à vontade e confiante ao interpretar Drover, o único personagem do qual realmente pude gostar. Realmente não entendi o porquê de Hugh Jackman ser preterido em função de Robert Downey Jr. pelo péssimo Trovão Tropical. Incontestavelmente, o primeiro está bem melhor e se mostra muito mais capaz que o segundo. A Academia, infelizmente, segue alguns padrões estranhos para indicações e em sua edição mais recentes acrescentou nomes às listas do Coadjuvantes que definitivamente não deveria estar ali. Hugh Jackman, injustamente, perdeu a oportunidade de receber sua primeira indicação...

Se leram todos os aspectos negativos e chegaram aqui com a ideia de que o filme não seja totalmente bom, eu afirmo que há aspectos positivos também. Particularmente gostei bastante da fotografia do filme quanto às paisagens que nos são mostradas. A aridez do deserto australiano é bem mostrado e imprime a beleza que falta a algumas cenas. Infelizmente, algumas cenas foram concebidas erroneamente quanto ao ambiente e os efeitos computadorizados usados fazem com que perdamos um pouco o interesse pelo que é bom no filme. As mais de duas horas não se devem à narrativa lenta, mas sim à opção de contar várias histórias seguidamente: primeiro, a volta por cima de Lady Ashley; depois o relacionamento amoroso entre Drover e a patroa e, simultaneamente, a afeição surgida entre Mullah e Lady Ashley; em terceiro plano, surgem um plano de vingança e as consequências da guerra. O filme, portanto, não é longo pela sua excelência em relação ao tema épico central. Ele se estende tanto pela dificuldade que Lhurmann encontrou em resumir todos os eventos que queria mostrar.

Embora seja errôneo e cheio de clichês, há entretenimento em algumas partes; já em outras, sentimos aquela vontade imensa de apertar fast-forward e encurtar um pouco o que estamos vendo. Austrália é basicamente um filme irregular, cheio de altos e baixos e, definitivamente, as adversidades fazem com que queiramos mais não vê-lo do que vê-lo. Por fim, eis o momento em que digo se vale a pena vê-lo ou não. Como não posso dizer isso objetivamente, vão as minhas sugestões: se o trabalho dos atores agradam a vocês, recomendo que assista à Austrália pelo menos para vê-los; se não gostam de ninguém que esteja presente na produção, não veja, pois não é uma obra indispensável.

Luís

11 opiniões:

Fotograma Digital disse...

Eu vejo Australia como um Frankenstein estranho e manco.

Luhrmann não sabe filmar epicos e nem tentou fazer um. Quis remeter a sua estética gay-over-kitsch e se deu MUITO mal.

Nicole Kidman cada vez pior, caricata ao extremo.

O filme não sabe se é um romance, uma comédia, se é pra gente levar a sério ou só pra relaxar e aproveitar.

Por fim, pretencioso ao extremo, ainda sendo vendido como E O Vento Levou da Australia ...

por favor né, comparar o f.d.p. do Rhett Butler e a dondoca sonsa da Scarlett O'Hara com os mediocres (nesse filme) Kidman e Jackman é o fim da picada.

Cristiano Contreiras disse...

Concordo com o Sr Fotograma Digital:

Um filme amplamente ridículo, bobo, imaturo e pretensioso!

Nunca vi nada tão absurdamente desnecessário quanto este filme.

Qual objetivo do roteiro mal construído? O que ocorreu com a direção ineficaz e frouxa de Luhrmann? Kidman desaprendeu a atuar ou a direção irregular tirou ela do eixo?

O filme é lixo puro! Não há nada, para mim, que salve...somente, contudo, porém, um Hugh Jackman ardente e, como sempre, bom ator.

Abraço!

Marcelo A. disse...

Não tinha visto Austrália - e nem tinha vontade de vê-lo - até que minha cunhada me avisou que estava passando no Telecine. Me animei apenas pela presença de Nicole e do Jackman, mas, pra mim, não foi suficiente. Desisti pelo meio do caminho, mas com a sensação de que é um daqueles que não agrada só a gente... Agora fiquei mais aliviado. Sinal que não sou o único.

Ah, um Feliz Natal pra todos!

ana disse...

nao fiquei surpresa com o filme porque eu ja sabia que nao vinha coisa boa
nicole kidman nunca foi uma atriz boa e hugh jackman parece um macaco, o que dava pra virar?

LuEs disse...

Eu acho que a Nicole Kidman seja uma atriz muito boa. E, como se não bastasse, ela é bonita e carismática. Apenas acho que foi má dirigida nesse filme e, por puro despropósito, não conseguiu encontrar o tom certo de sua personagem.
=)

susana disse...

Realmente achei o filme longo, mas não me incomodou! Não foi um grande filme, mas foi melhor que muitos que andam por aí! Tem uma fotografia belíssima, com personagens igualmente belas, desde a criança aborígene, aos actores principais!
Sou fã incondicional do Hugh Jackman, tanto como actor, como homem em si. Diria que ele simboliza o que se pode chamar um " homem a sério"...sim, porque já não há muitos por aí!Não é um actor exageradamente bonito, não acho que os homens devam ser demasiado bonitos porque perdem virilidade, coisa que ele tem em dose dupla. Não foi à toa que foi mencionado como o homem mais sexy do mundo, pela revista People!
Além disso revela personalidade e integridade sentimental, ao ser casado com uma mulher 8 anos mais velha que ele e com quem está há mais de 12 anos.Pai irrepreensível de duas crianças adoptivas. Não fuma, não toma drogas! Caso será dizer, melhor é impossível! Por isto tudo, aconselho todas as mulheres a irem ver o Austrália, vale a pena, só pelo Hugh Jackman! :))))

JULLY disse...

concordo muito com missixty ai em cima viu...o filme eh longo mesmo mas mesmo assim eh interessante ver a beleza do hugh jakman que estah mais que lindo e acho que o filme eh mais pela belezura dele que estah perfeito viu...
voces exageraram pois so viram pontos ruins neste bom filme neh pq isso hein?!!! me poupe...estao bem prepotentes nas resenhas...tem que tb diminuir o texto que tah cansativo...nunca vi um blog taum extenso como esse...essa resenha saiu enorme e parecia que jamais iria terminar viu...ah eu quero criar um blog mas no do terra...voces poderiam me ajudar...dar dicas..mas naum quero esse layiout sem graça naum..quero um mais simples...vou enviar o email pra voces dois...preciso criar meu blog mas vai ser com textos mais pequenos viu...naum cansará...aguardem o email...australia eh lindoooooo

Anônimo disse...

Adorei a dica, vou procurar para ver, pelo que você falou já me convenceu que é muito bom, adorei o enredo do filme, o elenco é excepcional.

BLOGdoRUBINHO
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Roberto Simões disse...

É mesmo um filme muito irregular. Também publiquei a minha crítica recentemente. Podem lá dar uma conferida ;) No geral, é muita parra e pouca uva.

Cumps.
Roberto Simões
CINEROAD – A Estrada do Cinema

Luís disse...

FOTOGRAMA DIGITAL: Concordo com tudo o que disse, princiaplemente na parte que o filme parece não se encaixar em nenhum gênero. Embora não tenha visto E O Vento Levou, o enredo, em geral, se assemelha.

CRISTIANO: Realmente o único que se salva é Hugh Jackman. O resto é desnecessário.

MARCELOL: Acho difícil Australia ter agradado alguém. Se eu não estivesse assitindo para comentar no blog, provavelemente teria desistido também. Bom natal pra você também.

ANA: Você acha que Nicole Kidman não atua bem? Já viu As Horas? Ela é uma ótima atriz, só que nesse filme teve muitos problemas. Acho que Hugh Jackmané um ator bem carismártico e só parece um macacoem X-Men.

LUES: Como disse a Ana, também acho ela uma ótima atriz, o que não foi aproveitado em Austrália.

MISSIXTY: Tanto eu quanto o Luís colocamos em nossas resenhas que gostamos bastante de Hugh Jackman, mas sua vida pessoal não altera, ou seja, não melhora ou piora sua atuação. Voltando ao filme, o problema não é o tempo, mas sim o que é feito dele, e mal feito por sinal. Você achou a criançca aborígene bonita?

JULLY: Só o fato de Hugh Jackman ser bonito não torna o filme bom. Você adora nos chamar de prepotente hein?! Quanto ao seu blog, acho melhor não ajudarmos, pois, aparentemente, não temos bons gostos quanto a layouts e nem quanto as resenhas, mas desejamos boa sorte.

RUBINHO::: Você leu o que nós escrevemos? Nós não gostamos do filme, e portanto não o recomendamos.

ROBERTO: Acho que irregular é uma boa palavra para designar Austrália.

Renan

susana disse...

Sim, achei a criança bonita! Sabes que a beleza é muito relativa e tem de ser ver o contexto em que ela está inserida!Dentro do estilo da raça aborígene, achei a criança linda!
Eu percebi o que disseste do filme! Houve ali umas partes paradas, o que o tornou ainda mais longo!
Claro que a vida privada do Hugo, não implica na sua actuação, mas ajuda a admirá-lo ainda mais!
Quanto à Ana dizer que ele parece um macaco...talvez por isso mesmo, o tenham escolhido para fazer de wolverine. Mas gostava que ela me mostrasse o seu balde do lixo...:)))