14 de mar. de 2010

Calígula

Caligula. EUA, 1979, 150 minutos. Épico / Erótico.
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Me falaram tanto desse filme e fizeram descrições tão exageradas, que pensei tratar-se de uma versão muito antiga de algum filme da produtora Brasileirinhas. Pelo que ouvia, realmente parecia ser um filme pornô: tudo explícito, sexo incontextualizado, algumas sujeiras e outras nojentices. Depois de vê-lo, constatei que - embora haja realmente algumas cenas que possam ser consideradas fortes - a linha que separa Calígula de uma produção pornô não é tênue e qualquer pessoa que tenha noção do que seja um filme pornô não ousaria tomar Calígula por esse gênero.

O filme narra a história do Imperador Calígula; sua ascensão e o seu declínio são mostrados assim como o seu excêntrico comportamento, que inclui extrema violência, deboche, muita humilhação e a organização de orgias absurdamente exageradas. Alguns pensam não haver roteiro no filme, mas eu garanto que há e ele é eficiente na sua proposta de apresentar o Imperador como uma pessoa voltada para suas próprias escolhas e decisões. Acredito ser bastante válido assistir a esse filme por causa do eficaz retrato de Roma. Em livros, temos conhecimentos das orgias e sessões constantes de sexo, seja hetero ou homossexual, assim como sabemos das disputas pessoais entre membros da mesma família para obter o poder. O filme nos permite ver - de maneira muito objetiva e nada didática - como a coisa funciona na prática. Devido a isso, vemos várias cenas bastante explícitas, incluindo masturbação, penetrações, sexo oral (que, em duas cenas, chocam os espectadores mais pudicos e mais conservadores).

Os nomes mais famosos presentes no filme são de Malcolm McDowell, mas conhecido por seu personagem em Laranja Mecânica; Peter O'Toole, que esteve em Lawrence da Árabia; e Helen Mirren, que recentemente ganhou o Oscar por sua participação em A Rainha. Eles são os intérpretes, recpetivamente, de Calígula, Tiberiues e Caesonia. Os mais curiosos podem assistir ao filme para querer ver os atores nas cenas mais ousadas, mas afirmo desde já que isso não acontece: são os figurantes que fazem todo o trabalho mais indecente. As atuações dos atores são bem expressivas, embora nem de longe possam ser consideradas um marco no cinema. Malcolm McDowell tem olhos bastante expressivos e a dancinha que faz pelado na chuva é assustadora, assim como é assustador o seu romance com Drusila, sua irmã. Helen Mirren pouco aparece, embora baste um rápido olhar para sabermos que é ela em cena; o personagem Tiberius, assim como Caesonia, é coadjuvante e o enfoque do filme definitivamente é o personagem que dá título à obra.

Acredito, sobretudo, que seja válido assistir a esse filme. Não duvido de que haverá críticas, algumas bastante agressivas, contra ele, no entanto, há de se reconhecer que não é um filme pornô e que as cenas - ainda que algumas exageradas - são contextualizadas e não distoam da produção. Aqueles que têm mente aberta, que não se incomodam com cenas de sexo, e que gostam dessa temática, deve ver Calígula. Aqueles que têm mente fechada devem vê-lo também, pelo menos para se chocar, falar muito mal do filme e fazer com que pessoas curiosas - como eu - queiram vê-lo e acabem gostando dele.

Luís
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2 opiniões:

Marcelo A. disse...

Assisti a Calígula, pela primeira vez, em 92, pela finada rede OM. Prum moleque cuja pornografia resumia-se a uns peitinhos e outros nas pornochanchadas que a tv exibia, o filme foi um prato cheio. Lembro como hoje, toda a gurizada em polvorosa pra ver o filme de "sacanagem". O grande problema foi que a OM cismou de exibi-lo justamente durante a Semana Santa e daí, arrumou sarna pra se coçar. A exibição foi suspensa e a gente ficou na mão - literalmente. Mas demorou pouco e tivemos a chance de conferí-lo, na íntegra...

Grandes lembranças você me proporcionou, Luís!

=)

Abração!

Marcelo A. disse...

Assisti a Calígula, pela primeira vez, em 92, pela finada rede OM. Prum moleque cuja pornografia resumia-se a uns peitinhos e outros nas pornochanchadas que a tv exibia, o filme foi um prato cheio. Lembro como hoje, toda a gurizada em polvorosa pra ver o filme de "sacanagem". O grande problema foi que a OM cismou de exibi-lo justamente durante a Semana Santa e daí, arrumou sarna pra se coçar. A exibição foi suspensa e a gente ficou na mão - literalmente. Mas demorou pouco e tivemos a chance de conferí-lo, na íntegra...

Grandes lembranças você me proporcionou, Luís!

=)

Abração!