American Psycho. EUA, 2000, 100 minutos. Suspense.
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Esse é um daqueles filmes que causam impacto quando você tem 10 anos e o confere pela TV aberta (dublado e com severas edições). Lembro-me de quando o vi, realmente o achei interessante e tive uma boa impressão a respeito. Esses dias, ao ver uma resenha sobre esse filme num blog parceiro, decidi revê-lo - desta vez mais maduro e sem me impressionar facilmente - e constatei que para chamá-lo de bom ou descrevê-lo ao menos como interessante é necessário uma memória bem vaga daquilo que o filme mostra.
Patrick Bateman é um yuppie que trabalha numa empresa na Wall Street. Totalmente vaidoso, ele cuida da pele, do corpo, faz exercícios - é o que hoje chamamos de metrossexual. Ele, porém, não se sente nem um pouco confortável com concorrências, quaisquer que sejam e, no fundo, é frio o suficiente para sentir vontade de matar sem remoer qualquer sentimento por causa desse pensamento. Vivendo um relacionamento distante com sua noiva e pensando que as pessoas não o cultuam o suficiente, Patrick começa a matar para satisfazer o seu desejo compulsivo.
Certamente essa história poderia render um filme bem interessante, afinal assassinos quase sempre tornam-se personagens interessantíssimos em obras cinematográficas. Quando matam por prazer e sem remorso, tornam-se ainda mais legais, pois trazem consigo uma ótima série de debates. Contudo, não é isso que acontece quando vemos Psicopata Americano, porque essa obra apresenta uma história bastante rasa e sem possibilidade para análises psicológicas interessantes. Tudo o que Patrick faz é matar por prazer, cultuar o seu corpo e surtar. E isso é basicamente o que esse filme mostra, sem ser muito específico e deixando uma série de dúvidas para trás. Dentre todas as características do personagem, a que fica mais óbvia é a adoração de si mesmo. De maneira muito narcisista, Bateman chega ao cúmulo de transar olhando a si mesmo no espelho enquanto faz poses. O seu egocentrismo está bem visível também, mas de maneira muito explícita, de forma que não há o que procurarmos além do que já é mostrado. Sua compulsão por matar é, no mínimo, estranha, porque parece totalmente mal embasada, sem quaisquer precedentes e sem evoluções, afinal, acumular corpos não significa evoluir como psicopata.
Alguns consideram-no bastante violento, mas acredito que esse filme mostre sangue e agressão na medida certa. Talvez o grande acerto - e isso provavelmente se deve ao autor do livro em que esse filme foi baseado - seja mostrar Bateman como um homem extremamente culto, dando-lhe um aspecto de sensatez, principalmente nas cenas em que ele chama as protitutas e antes de cultuar-se e/ou matá-las, ele discorre sobre discos e músicas famosos, criando um clima de ensinamento e, ao mesmo tempo, de sedução culta. Logo em seguida, há o contraste e esse é o acerto do filme. Talvez seja o único acerto, vale ressaltar. Há alguns elementos no filme cuja finalidade é posta em dúvida, mas acredito que seja apenas causar a dúvida. Não sabemos ao certo se Bateman é mesmo Bateman, já que há personagens que o chamam por outro nome e em uma cenas, ao ser chamado por Mark Halberstam, ele atende por esse nome e sua noiva, interpretada por Reese Whiterspoon, pergunta por que o outro o chamou assim. Logo, podemos concluir que há quem o conheça por um nome que não seja Patrick, que ele atende por esse outro nome e que pessoas próximas dele desconheçam o porquê disso. A somar, há cenas estranhas, como rastros de sangue imensos, porém imperceptíveis para quaisquer personagens; lençois com manchas de sangue que não chamam a atenção de ninguém e um final bastante estranho. Isso tudo me fez perguntar se tudo aquilo que aconteceu com Patrick Bateman foi verdadeiro ou se ele apenas imaginou tudo aquilo.
Como disse acima, penso que Psicopata Americano se trata de um filme raso, sem possibilidade de análise profunda, cheio de cenas dúbias. Acredito que só há dois motivos para que certas pessoas possam gostar dessa obra: ou enxergaram muito, muito, muito além do que esse filme mostra ou gostaram de ver tantas cenas com Christian Bale pelado. Honestamente, não acho que o corpo musculoso e reluzente de Bale faça o filme valer a pena. Recomendo que o vejam quando não houver realmente mais nada para ver. Como o revi num dia em qualquer coisa poderia me interessar, minha opinião classificou-o como "entre uma obra ruim e mediana".
Luís
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Twisters
Há 14 horas
6 opiniões:
Vi partes e pelo que vi possui uma boa interpretação de Bale, sangue e assassinatos...
Não gostaste muito...
Abraço
Cinema as my World
O interessante da história é o contexto por trás do sangue.
O longa é baseado num livro de Bret Easton Ellis, este sujeito escreveu várias obras criticando a vida dos yuppies, sempre regada a drogas, sexo e dinheiro sem limites.
Acredito que nesta obra o escritor tentava mostrar que a atitude fria de muitas pessoas em tese "poderosas" poderiam ser comparadas a um psicopata.
Abraço
Não gosto desse filme, não gosto do Bale e tampouco do seu corpo musculoso e reluzente... mas conheço muita gente que gosta!
=)
Poxa cara, você devia assistir o filme de novo. Pela sua analise da pra ver que você não entendeu muita coisa, como que Bateman não matava realmente, e sim delirava com isso. Na verdade vivia em um emprego graças ao fato do seu pai ser dono da empresa, e não fazia nada o dia inteiro. A graça do filme é ver como Bateman cria esse falso universo e passa a acreditar nele como se fosse a realidade. No fim o choque: nada aconteceu, ele não matou ninguém e o cara que ele julgava ser seu advogado mal o conhece.
Recomendo que você leia a critica do blog http://cinemaeaminhapraia.com.br/2009/01/28/psicopata-americano-american-psycho/ e procure entender o filme antes de criticar, porque você deixou coisas obvias passarem. Mesmo o filme sendo raso, vi que aconteceu uma certa confusão na sua cabeça. Talvez Psicopata Americano não seja um filme tão raso assim, né?
Realmente, acho que você não entendeu o filme (como eu não entendi de primeira).
Ele não é raso, pelo contrário, tem muito por trás.
Acho que a IDEIA do filme é boa. Acho, portanto, que o livro deve ser bom. O que me incomodou foi a direção, a condução, a estética do filme. A diretora não conseguiu construir o “tom” certo que a narrativa merecia. A clima de irrealidade das cenas de assassinato denunciam isso logo de cara. Quando o filme chega na metade ou você desvenda o final, o pensa se tratar de um péssimo filme de suspense, caso ainda pense serem reais os crimes. Ou seja, ou o “plot twist” não acontece porque você antecipa o desfecho, ou você assiste até o final achando ser um filme de suspense B (e conclui a sessão devidamente confuso quando a revelação de fato acontece). Para não tornar tão óbvia a trama, há alguns pequenos elementos de distração, como a confusão com os nomes do personagem. Argumento bom, realização ruim.
Em tempo: a atuação de Christian Bale foi ótima.
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