22 de jun. de 2010

O Pecador


The Sinner. EUA, 2006, 364 páginas (Editora Record). Suspense / Policial.

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Esse livro faz parte da mesma série na qual estão inclusos os títulos Dublê de Corpo e Desaparecidas. Os eventos narrados aqui são anteriores aos que são mostrados nos outros livros. Ainda que a ordem de publicação determine a ordem cronológica, eu comecei a ler na ordem inversa (pois não sabia tratar-se uma série) pelo livro Desaparecidas. Coincidentemente, tenho regressado, vendo a estória exatamente de trás para a frente e não intercalada: no primeiro livro que li - o último a ser publicado - Jane Rizzoli teve a sua filha; no segundo - penúltima publicação - , ela estava grávida; e nesse ela descobriu sua gravidez. Isso certamente não é um problema, já que consigo ordenar os acontecimentos normalmente.

Como imaginava, Jane Rizzoli e a Dr. Maura Isles são as personagens centrais desse livro, que nos apresenta três crimes distintos acontecidos: duas freiras, mortas no convento em que vivem; uma mulher que não pode ser identificada, devido ao corte das mãos, dos pés e da face; e um vice-presidente de uma famosa firma. Detetives diferentes investigam esses crimes, que ocorreram de cenários bem distintos, mas aos poucos, parece surgir uma sutil conexão, relacionando um com o outro. Com se isso ainda não bastasse, mais uma revelação assustadora: Camille, uma das freiras mortas a golpes furiosos contra a cabeça, deu à luz recentemente, contrapondo os seus votos religiosos. As investigações têm início e, aos poucos, inúmeras peças do quebra-cabeça vão se encaixando, construindo uma linha instigante e assustadora, na qual todos podem se tornar vítimas da pessoa misteriosa responsável pelos crimes.

Tal como nos livros anteriores - ou posteriores, se preferirem - Tess Gerritsen mostra sua fluência ao narrar tais situações, que por vezes situam o leitor facilmente no cenário proposto. Lê-la, portanto, é uma viagem bem interessante em meio a cenário muito bemd escritivos, a cenas apavorantes e, principalmente, a uma estrutura narrativa extremamente eficiente quanto a apresentar ao leitor elementos fundamentais para o gênero suspense. Como se não fosse suficientemente interessante o livro, com toda a agilidade de acontecimentos mostrados, impedindo que o leitor se canse, há ainda a inclusão de tramas paralelas, como relacionamentos amorosos, dúvidas quanto ao futuro e a melhor decisão a tomar e, como o próprio título do livro sugere, o que é e o que não é pecado. A narrativa é tão atrativa, principalmente conduzida pelo parto da freira Camille, que quando começamos a lê-lo, não paramos. Eu demorei mais de três semanas para ler Túneis, porém apenas três dias para ler O Pecador.

A autora não perde tempo com temas indiferentes às situações que nos apresenta com o decorrer do livro. Tudo que vimos é, de alguma forma, conectado com o tópico principal do capítulo e colabora para conduzir a um desfecho bastante inteligente, no qual Tess ata todos os pontos descritos na sua narrativa. O momento mais surpreendente, na minha opinião, é uma das últimas constatações de Maura, quando ela analisa uma foto com bastante atenção e constata que os pássaros estão mortos. O leitor que estiver acompanhando atento aos diálogos, compreenderá muito com essa simples informação. As construções dos personagens Maura e Jane continuam impecáveis, detalhando-nos bastante sobre a vida delas e a forma como agem em relação aos mais diversos assuntos, sejam eles pessoais ou profissionais. Resta-me, portato, recomendar esse livro, pois sempre sombra de dúvida vale a pena conferi-lo. A minha única ressalva é: tentem lê-lo na ordem cronológica correta, começando pelos livros que, até a data da publicação dessa crítica, ainda não foram lidos por mim.

Luís
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Em “O Pecador”, Tess Gerritsen traz de volta Jane Rizzoli, a policial que tende a ganhar o afeto do leitor por seu lado, pode se dizer mais masculino (Acho que masculino é a palavra errada, mas não achei outra melhor) e Maura Isles, a médica legista, essa mais fria por fora, mas que nesse romance demontra seu lado mais sentimental, assim como Jane. As duas se unem para desvendar um caso em um convento, onde duas freiras sofreram um ataque, sendo que uma delas morreu (Camille) e a outra ficou seriamente ferida (Irmã Úrsula).

Particularmente acho que há dois fatores óbvios que influenciam nas obras da autora, fazendo que seus livros sejam tão prazerosos de serem lidos, o primeiro são os personagens, pois mesmo tendo a estória principal, claramente os personagens mais importantes são Jane e Maura, não importa se há freiras morrendo em “O Pecador”, ou imigrantes ilegais em “Desaparecidas”, ou um complexo sistema para roubar bebês das mães em “Dublê de Corpo”, a estória sempre será das duas, tanto que temos passagens da vida pessoal delas, como o natal na casa de Jane ou os pensamentos pecaminosos de Maura com o padre. O outro fator é a estória, mais especificamente a capacidade da autora de fazer reviravoltas incriveis em poucas páginas, tornando, por exemplo Camille, personagem que mantemos toda a atenção, em apenas uma estória triste no meio de tudo (Uma das melhores passagens do livro é quando Rizzoli encontra Randall pela segunda vez, e no final diz a enfermeira para por uma foto de Camille, pois acha que ele sente falta da filha)e tornando a Irmã Úrsula, pra quem nem ligamos muito em uma personagem muito importante, e quando o leitor começa a fazer suposições pode se descobrir totalmente enganado. Eu por exemplo apostava no Padre Brophy como culpado, mas o Dr. Sutcliffe não me enganou também. Outro ponto a favor dos livros são os prólogos…nos três livros que li dela, todos os começos são bons (Com mérito maior para “Duble de Corpo”) e fazem com que o leitor se sinta motivado desde o começo da narrativa.

Esse, como os outros livros que li de Tess Gerritsen são muito recomendáveis, nele sobra ação, há uma estória boa com várias ramificaçõe, há romance também (pouco, mas há), e até um pouco de suspense no final com a invasão à casa de Maura no final do livro.

Renan

1 opiniões:

Marcos disse...

Olá Luís,

Sou leitor do Literatura e Cinema e sou cinéfilo de carteirinha. Eu estou mandando esse email porque estou trabalhando numa empresa que desenvolveu um portal sobre cinema - o Cinema Total (www.cinematotal.com). Um dos atrativos do site é que você cria uma página dentro do site, podendo escrever textos de blog e críticas de filmes. Então, gostaria de sugerir que você também passasse a publicar seus textos no Cinema Total - assim você também atinge o público que acessa o Cinema Total e não conhece o Literatura e Cinema.

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