27 de ago. de 2010

Terapia do Amor

Prime. EUA, 2005, 105 minutos. Comédia Romântica.
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Muitos devem saber: eu simplesmente detesto comédias. Então, quando eu quero me divertir sem pensar muito e quando quero ver algumas coisas divertidas e engraçadinhas, procuro uma comédia romântica, que usualmente não é tão caricata, embora seja sempre previsível. Aliás, ao fazer essa afirmação, eu mesmo me contradigo, porque Terapia do Amor não é um poço de previsibilidade, mesmo que siga à risca na composição do relacionamento dos personagens.

Rafi é uma mulher recém-saída de uma relacionamento que se consulta com uma terapeuta, que a aconselha a procurar diversão, aproveitar enquanto é jovem. Uma noite, Rafi encontra um rapaz bem mais novo que ela e os dois se envolvem. Insegura com a diferença de 14 anos entre ela e o garoto, Rafi é incentivada pela terapeuta a investir no relacionamento, já que "a diferença da idade não faz diferença". Isso muda quando a terapeuta descobre que o jovem, na verdade, é seu filho e que ele está cada vez mais a fim de Rafi.

Primeiro, devo dizer que não imaginava Uma Thurman e Meryl Streep num mesmo filme. São ambas atrizes de talento, mas a junção me soa incomum. Vê-las atuando, no entanto, foi interessante, ainda que, como eu disse acima, o filme siga fielmente o desenvolvimento típico das comédias românticas e cabe às atrizes as reações normais de filmes assim, ou seja, nenhuma grande interpretação. Já devo ter me contradito umas três vezes em dois parágrafos e farei isso mais uma vez. A sequência simples de eventos mostrados nas comédias românticas é: os protagonistas se conhecem e se estranham, depois se descobrem a fim um do outro, em seguida passam por problemas existencias e, por fim, de maneira previsível, se descobrem apaixonados e vão viver felizes para sempre. Terapia do Amor possui esses elementos, mas curiosamente tem o primeiro e o último atos invertidos, já que os personagens rapidamente se identificam um com o outro e, no final, se descobrem numa aventura da qual não tirarão proveito a longo prazo. Aos poucos, a comédia romântica desaparece, dando lugar a um drama suave, com alguns questionamentos comportamentais e boas amostras de como pessoas inteligentes conseguem se portar diante de certas situações: a terapeuta vivida por Meryl Streep consegue se entender com Rafi de maneira saudável; Rafi compreende que seu futuro depende também do que seu marido pode lhe oferecer e David percebe que, diante do fim do relacionamento, o que lhe resta é seguir em frente, sempre se lembrando positivamente de Rafi.

As atuações das atrizes são interessantes e ambas me agradaram. Já o intérprete de David é meio insosso e achei difícil acreditar que uma mulher como Uma pudesse se apaixonar por um cara como Bryan Greenberg, o ator, afinal, ele é muito feio! O cara tem 23 anos e é muito bobalhão, totalmente diferente daquilo que Rafi espera. Sobre o nome da personagem, fiquei curioso e, por favor, alguém me diga: ela tem nome de homem? Ouvi umas quatro vezes eles a chamando de Raphael, "como o pintor". Acredito que seja legal a incursão que o filme faz pelo dramático, mas eu realmente esperava uma comédia romântica clara e acabei meio frustrado com o resultado final. Quando quero ver dramas, escolho filmes dentro desse gênero; comédias românticas são puramente para me fazer rir um pouco e, mesmo havendo cenas bem leves, eu não achei nada realmente engraçado.

Terapia do Amor é um filme que contraditoriamente à categoria na qual se encontra nos mostra algo um pouco diferente do habitual, mas se resume praticamente a tudo aquilo que vemos nas comédias românticas. Nada surpreende, nada realmente novo; apenas aquilo a que já estamos acostumados. Ficaria mais feliz se o filme fosse um pouquinho menor e se o humor fosse um pouco mais presente, mas, de um modo geral, é aconselhável para um dia da semana à noite, quando você está sem nada para fazer e quer se entreter um pouco.

2 opiniões:

Alan Raspante disse...

Quando eu olhei o poster, a primeira coisa que pensei foi: Uma Thurman e Meryl Streep no mesmo filme ?
QQQQQQQ?

Também imagino que deve ser meio estranho, mesmo as duas sendo ótimas atrizes.
Enfim, vou procurar mais deste filme, agora fiquei curioso!

Abs.
cinemapublico.blogspot.com

Matheus Pannebecker disse...

O filme tem um desenvolvimento óbvio, é verdade. Mas, gostei particularmente do final, coerente com a história contada e maduro. Mas, o que me marcou aqui foi Meryl Streep. Era a primeira vez que eu notei a atiz cheia de vitalidade cômica!