3 de out. de 2010

21 Gramas

21 Grams. EUA, 2003, 118 minutos. Drama.

Foi indicado a dois Academy Awards, nas categorias Melhor Atriz (Naomi Watts) e Melhor Ator Coadjuvante (Benício Del Toro).
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Não havia ouvido falar nada sobre esse filme, quando, um dia, na locadora, eu o vi na prateleira e li a sinopse, que me atraiu bastante. Pensei que deveria tratar-se um excelente drama e estava certo: na minha opinião, 21 Gramas é uma das melhores abordagens dramática da década e deve ser visto por todos os fãs do gênero. Fazia tempo que eu me prometia comentá-lo aqui no Blog, mas vinha adiando, sempre em função dos filmes mais novos a que assistia. Ontem, no entanto, tive dois prazeres: revê-lo e estar na companhia da Luiza!

Três pessoas têm suas vidas cruzadas: uma recém-viúva, cujo marido e filhas morreram num acidente de carro; um ex-presidiário que se converteu à religião e continua não sendo bem visto; e um homem que aguarda um transplante imediato de coração. Em um determinado momento, essas três pessoas passam a ter um elo que, a princípio, elas desconhecem, mas que aos poucos, essa conexão vai definindo a atitude de cada um ao longo do filme.

A esse filme, tenho uma série de elogios e apenas uma crítica, mas essa crítica acaba sendo sutil se comparada à grandeza da produção. Vou começar pelo roteiro. Acho que esse é um roteiro muito original, que aborda muito bem três etapas das vidas dos personagens: o antes, quando suas vidas estão na rotina, cada qual acostumado às situações a que parecem "destinados"; o durante, que é o momento em que surge o elo que mais tarde permitirá que todos se conheçam; e o depois, que eu considero o ápice do filme, o encontro furioso e inconsequente dos personagens. Muitos filmes abordam o tema "personagens que se encontram por acaso", mas nenhum certamente fez com a mesma incrível capacidade com a qual esse conseguiu mostrar. Ainda que os resultados das atitudes dos personagens na história sejam imensos e extremamente negativos, o fator que os conecta, a princípio, fora pequeno e muito ordinário; sabemos que sempre acontecem situações como aquelas em todos os lugares. Devo elogiar também a edição. Já vi em alguns blogs comentários sobre a maneira como as cenas nos são mostradas. Alguns dizem tratar-se de retalho de filme, com pedaços jogados de qualquer maneira, a fim de confundir o espectador. Eu, porém, discordo totalmente e digo que é exatamente a absurda ilinearidade que acrescenta maior drama ao filme e dá a ele todo o charme que nós vemos. Não espero que todos que o vejam sejam capazes de colocar os eventos numa linha cronológica, mas definitivamente aqueles que forem atentos - e inteligentes! - poderão compreender com perfeição a ordem das situações e, ao final, saberá exatamente o que pertence ao antes, ao durante e ao depois.

O diretor Alejandro González Iñárritu soube erfeitamente como conduzir seus atores e como mostrar o melhor deles através das cenas e também dos ângulos que escolheu filmar, fazendo uso da luz e da coloração estranha para acrescentar um sentimento maior à expressão dos atores. O destaque, na minha opinião, é a atriz Naomi Watts, numa interpretação magnífica de uma mulher que fica perturbada após a eprda trágica do marido e filhas. A sua interpretação é a mais visível no filme e pertence a elas as melhores cenas do filme. Eu, particularmente, a acho uma atriz muito boa, mas, às vezes, se envolve em produções medíocres, como O Elevador da Morte, que é péssimo. Mas são em filmes como 21 Gramas que se percebe o quão capaz ela é. Benicio del Toro, muito bom também, nos mostra um personagem muito bem construído, cuja fé se mistura com a descrença e esse misto de sentimentos embasa suas atitudes. Sua indicação, assim como a de Naomi, são extremamente justificáveis. No entanto, eu tenho um problema com Sean Penn: acho-o inexpressivo. Em todos os filmes, ele está com a mesma expressão, sempre igual, sempre se repetindo. No entanto, já obteve cinco indicações ao Academy Awards, duas pelas quais venceu. Penso tratar-se de um ator superestimado e que tem toda a admiração por outras motivos que não sua capacidade artística como ator. Ele é a parte falha da produção, juntamente com a atriz que interpreta sua esposa. Ambos são chatos e cansativos, ficam se repetindo e não acrescentam drama à história. A substituição de Penn por outro ator talvez surtisse um efeito bem melhor. Ainda assim, Watts e del Toro conseguem manter o filme no topo.

Como disse, é um dos melhores dramas da década e eu certamente colocaria a interpretação de Naomi Watts por esse filme no meu TOP 10 de atuação de atrizes. A composição do filme é toda excepcional, muito bem criada e consegue chegar de maneira efetiva ao público a que se dedica: os adoradores do drama, como eu. O título original é excelente e faz menção aos diversos acontecimentos que rodeiam o filme e as vidas dos personagens. Não vou explicar o que significa aqui, mas espero que vocês o vejam a fim de conhecer a fantástica obra que esse filme é!

3 opiniões:

Luiza disse...

Acho que a Luiza em questão não sou eu ;D
Bom,adorei esse filme!A maneira como as histórias vão se cruzando e se tornando uma.De forma bem construída!
Enfim,e o del Toro (*-*) está incrível!
Beeijin.

Hugo disse...

Gostei das interpretações, mas considero um filme com uma história extremamente deprimente.

Minha nota é uma pouco mais baixa.

Abraço

thicarvalho disse...

Acho um ótimo filme tb. Concordo em parte com relação a Sean Penn. O acho um bom ator, mas de vez enquando é muito superestimado. Um drama, como vc bem disse, bem construido. Grande abraço.

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