Rebecca - A Brilliant Novel of an Unforgettable Woman, 1939, 396 páginas (Editora Abril), Romance
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Rebecca foi publicado em 1939 pela escritora inglesa Daphne Du Maurier, e foi muito bem aceito pela crítica, assim como os seus outros livros. Depois que acabei de ler o livro descobri duas curiosidades: o livro foi adaptado para o cinema por Alfred Hitchcock, e esse foi o primeiro filme que ele dirigiu e também foi o seu primeiro filme – e único – a ganhar o Oscar de Melhor Filme. O livro também foi acusado de plágio pela brasileira Carolina Nabuco, que escreveu um livro chamado A Sucessora (que foi adaptado em uma minissérie trasmitida pela Globo), e na vontade de ver sua obra lançada no exterior, mandou uma cópia do livro pra um editor inglês. Depois de um tempo, Rebecca foi lançado pela mesma editora para qual Carolina havia mandado o seu livro. Apesar de não ler muitos clássicos, Rebecca me surpreendeu bastante, pois apesar de ser um livro grande com letras pequenas (na edição que eu li) e ter uma linguagem bem antiga, em nenhum momento pensei em desistir de lê-lo. O romance narrado em 1º pessoa conta e estória de uma moça, que não tem seu nome revelado em nenhum momento da estória, que se casa com o viúvo Maxim de Winter, já que sua ex-esposa Rebecca morreu num acidente de barco e o viúvo é dono da famosa mansão de Manderley. O primeiro ponto que nos chama a atenção é o fato (citado acima) de em nenhum momento aparecer o nome da 2º esposa e colocado ao lado da quantidade de vezes que aparece o nome Rebecca temos um paradoxo interessante.
Logo já nos acostumamos e começamos a gostar da segunda esposa de Max, que tanto sofre pelo fantasma de Rebecca ainda rondar os pensamentos de todos, já que ela era tão querida. Mrs. de Winter se mostra uma moça educada, mas que tem um medo profundo de Rebecca mesmo ela estando morta, pois todos os móveis, todos os rituais diários, todos os jardins e todas as festas foram planejadas e executadas pela falecida, e tudo isso se junta em uma figura só: Mrs. Danvers, a governanta da casa que criou Rebecca desde pequena, e dentre os vários fãs que Rebecca conquistava pela sua beleza e pela sua graciosidade, Mrs Danvers foi a mais devota. Descobrimos também que Mrs de Winter não tem medo somente por isso, mas principalmente pelos sentimentos que ela acha que Maxim ainda nutre pela ex-esposa, pois em muitas partes, ele se mostra cabisbaixo e triste. Essa situação deixa o leitor bem perturbado, pois como ela diz em algum momento do livro, “com os vivos eu posso lutar, com os mortos não”.
A partir daqui haverá alguns SPOILERS pois gostaria de comentar alguns trechos da estória. Com o desenrolar da trama, temos alguns episódios notáveis como quando Mrs. Danvers incita para que Mrs. de Winter pule da janela, pois todos ficariam mais felizes com a sua morte, além disso, pulando da janela ela não sofreria nada, pois com certeza bateria a cabeça nas pedras e morreria instantaneamente. Há uma parte muito constrangedora também que é a do baile. A eficiência na narrativa da escritora fica presente, sobretudo nessa parte, pois ela faz com que o leitor fique apreensivo pois sabemos, desde o início que aquilo não daria certo. Mas com certeza o melhor do livro fica para o final quando descobrimos quais eram os verdadeiros sentimentos de Maxim por Rebecca e ainda quando ele próprio a matou para se livrar dela. Mesmo com os perigos (como uma prisão) que rondam esse assassinato escondido por anos, não podemos de nos sentir felizes, principalmente por Mrs de Winter que agora sabe que pode amar Maxim, pois ele a ama também. Outro ponto que chama a atenção no livro é a constante descrição de Menderley, que praticamente se forma na nossa cabeça como uma bela mansão, cheia de luxo com seus jardins incríveis que são destruídos pelas labaredas de fogo que a consomem nas últimas páginas do livro.
Renan
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Rebecca foi publicado em 1939 pela escritora inglesa Daphne Du Maurier, e foi muito bem aceito pela crítica, assim como os seus outros livros. Depois que acabei de ler o livro descobri duas curiosidades: o livro foi adaptado para o cinema por Alfred Hitchcock, e esse foi o primeiro filme que ele dirigiu e também foi o seu primeiro filme – e único – a ganhar o Oscar de Melhor Filme. O livro também foi acusado de plágio pela brasileira Carolina Nabuco, que escreveu um livro chamado A Sucessora (que foi adaptado em uma minissérie trasmitida pela Globo), e na vontade de ver sua obra lançada no exterior, mandou uma cópia do livro pra um editor inglês. Depois de um tempo, Rebecca foi lançado pela mesma editora para qual Carolina havia mandado o seu livro. Apesar de não ler muitos clássicos, Rebecca me surpreendeu bastante, pois apesar de ser um livro grande com letras pequenas (na edição que eu li) e ter uma linguagem bem antiga, em nenhum momento pensei em desistir de lê-lo. O romance narrado em 1º pessoa conta e estória de uma moça, que não tem seu nome revelado em nenhum momento da estória, que se casa com o viúvo Maxim de Winter, já que sua ex-esposa Rebecca morreu num acidente de barco e o viúvo é dono da famosa mansão de Manderley. O primeiro ponto que nos chama a atenção é o fato (citado acima) de em nenhum momento aparecer o nome da 2º esposa e colocado ao lado da quantidade de vezes que aparece o nome Rebecca temos um paradoxo interessante.
Logo já nos acostumamos e começamos a gostar da segunda esposa de Max, que tanto sofre pelo fantasma de Rebecca ainda rondar os pensamentos de todos, já que ela era tão querida. Mrs. de Winter se mostra uma moça educada, mas que tem um medo profundo de Rebecca mesmo ela estando morta, pois todos os móveis, todos os rituais diários, todos os jardins e todas as festas foram planejadas e executadas pela falecida, e tudo isso se junta em uma figura só: Mrs. Danvers, a governanta da casa que criou Rebecca desde pequena, e dentre os vários fãs que Rebecca conquistava pela sua beleza e pela sua graciosidade, Mrs Danvers foi a mais devota. Descobrimos também que Mrs de Winter não tem medo somente por isso, mas principalmente pelos sentimentos que ela acha que Maxim ainda nutre pela ex-esposa, pois em muitas partes, ele se mostra cabisbaixo e triste. Essa situação deixa o leitor bem perturbado, pois como ela diz em algum momento do livro, “com os vivos eu posso lutar, com os mortos não”.
A partir daqui haverá alguns SPOILERS pois gostaria de comentar alguns trechos da estória. Com o desenrolar da trama, temos alguns episódios notáveis como quando Mrs. Danvers incita para que Mrs. de Winter pule da janela, pois todos ficariam mais felizes com a sua morte, além disso, pulando da janela ela não sofreria nada, pois com certeza bateria a cabeça nas pedras e morreria instantaneamente. Há uma parte muito constrangedora também que é a do baile. A eficiência na narrativa da escritora fica presente, sobretudo nessa parte, pois ela faz com que o leitor fique apreensivo pois sabemos, desde o início que aquilo não daria certo. Mas com certeza o melhor do livro fica para o final quando descobrimos quais eram os verdadeiros sentimentos de Maxim por Rebecca e ainda quando ele próprio a matou para se livrar dela. Mesmo com os perigos (como uma prisão) que rondam esse assassinato escondido por anos, não podemos de nos sentir felizes, principalmente por Mrs de Winter que agora sabe que pode amar Maxim, pois ele a ama também. Outro ponto que chama a atenção no livro é a constante descrição de Menderley, que praticamente se forma na nossa cabeça como uma bela mansão, cheia de luxo com seus jardins incríveis que são destruídos pelas labaredas de fogo que a consomem nas últimas páginas do livro.
Renan
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6 opiniões:
Li e parei na frase dos Spoilers.
Me interessei pelo livro, gosto de romance, e mesmo sendo antigo, gostei do que resumo que você fez. Vou ver se encontro na net para baixar, e se realmente valer a pena, vou procurar um que esteja a venda. :B
Curioso, não conhecia esta obra.
Mas, foi bem detalhada, a forma objetiva de focar pontos centrais da trama e sinopse do livro - tudo me deixou mais curioso pra conferir, preciso conhecer.
Abraço!
Eu ja li o livro e vi o filme e acho que é a primeira vez em que o filme é melhor.
Hitchcock fez um trabalho mto bom mesmo e eu queria aproveita pra sugerir Os passaros, que é da mesma autora e que também virou um filme também do Hitchcock.
mas nesse o livro vale a pena demais.
qnd voces vão disponibilizar a lista dos melhores de outubro?
sabe a ordem que voces colocaram os filmes de setembro ali do lado.. é a ordem de nota, do maior pro menos?
Eu SEMPRE prefiro o livro ao filme, neste caso não é diferente!
Ótima recomendação!
Fiquei com vontade de comprar o livro.
Estoiu lendo tanta coisa ao mesmo tempo mas vou colocar na fila
Parabens pelo blog literário!
suas dicas são ótimas!
AS vezes me deparo com livros que já li e isso é muito interessante ver uma sinospe ou uma crítica.
Parabens
ANA: Que bom que se interessou pelo livro. Se não tiver na internet pra baixar, acredito que em qualquer biiblioteca publica há um exemplar disponível.
CRISTIANO: Obrigado pelos elogios à resenha. Quando tiver um tempo livro, leia sim.
PEDRO: Estou com o filme em casa, mas ainda não o conferi. Acrdito que Hitchcock deve ter feito um bom trabalho a ponto de merecer o Oscar. Anotei a sugestão do livro, e assim que tiver a oportunidade irei lê-lo. Quanto a lista, não sabemos quando iremos postar as resenhas mas acho que Abril Despedeçado irá entrar em dezembro, principalmente por sua causa =D. E sim, aquela lista no canto está na ordem decrescente de notas.
BRUNO: Como disse ao Pedro, não assiti ao filme, mas é interessante ver opiniões divergentes.
CANTOS DO LUFA: É dificil quando se tem muita coisa pra ler, rs. Quando tiver um tempo, leia Rebecca, acho que irá gostar e fico feliz que tenha gostado da resenha. Esse mês ainda serão postados dois livros.
Renan
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