16 de dez. de 2009

2012

2012. EUA, 2009, 155 minutos. Drama / Ficção Científica.
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Rolando Emmerich especializou-se em filmes-catástrofe. Talvez seu sonho seja ver o mundo ruindo, como usualmente acontece nas produção que ele dirige. 2012 é mais um que segue a mesma linha de seus filmes anteriores: o mundo vai acabar. O título do filme indica o ano em que tudo isso vai acabar e, segundo a história, os maias já tinham conhecimento disso. A série de mudanças climáticas resultariam em explosões no Sol, que afetariam diretamente a Terra. Paralelamente aos eventos mais científicos, somos apresentados ao escritor Jackson Curtis, pai de dois filhos e separado da esposa. Quando 2012 chega, começamos a ver que fim tomará a Terra.

O único propósito de Emmerich era entreter aqueles que são super fãs de efeitos especiais, porque isso é tudo que esse filme tem. A preocupação com o efeito gráfico foi tamanha que todos os outros aspectos do filme ficaram meio esquecidos e nós somos obrigados a nos contentar com uma história cheia de situações imrpováveis e, às vezes, incoerentes. Como se isso não bastasse, 2012 é um filme composto de vários outros filmes, inclusive Titanic! Talvez o principal problema do filme seja a quantidade exagerada de "americanismo", ou seja, aquela compulsão exagerada de salvar o mundo sempre no último segundo e sobrevivendo somente aqueles que são convenientes para efeito dramático.

O roteiro se ocupa bem em mostrar a destruição do mundo, quanto a isso não tenha reclamações. Mas o que faz com que Jackson seja sempre mais eficiente do que as catástrofes?! O cara dirige sua limusine sempre com mais velocidade do que a rua atrás dele é destruída; ele está sempre um segundo a frente e, diante de difuculdades - como a velha que dirigia o carro à sua frente -, ele consegue fazer coisas absurdas. Ele simplesmente desviou o carro e invadiu o jardim de alguém, dirigindo por ali: atravessou desmoronamentos, árvores, abalos no solo. A velha, que estava na mesma direção que ele, com o carro ao lado, morreu porque um pedaço da rua levantou bem na frente dela. Jackson, ainda bastante eficiente, dirige (ou voa, dependendo da interpretação) através de um prédio que está caindo, chegando ao outro lado em perfeitas condições. Depois, desvia de bolotas de magma com maestria, quase como se soubesse previamente onde elas ia cair! Depois cai num buraco, do qual sai com facilidade! Depois rouba um avião com facilidade e faz tudo com uma infernal facilidade que assusta o espectador. Gordon, que tivera duas aulas de pilotagem - vale ressaltar que era um monomotor -, dirige com facilidade um avião. Torçamos para que, caso o mundo comece a ser destruído, nós saibamos como ser heróis da mesma maneira que eles!

Entre o casal principal, não há qualquer sentimento de simpatia de nossa parte. Simplesmente não pude acreditar que foram casados, tamanha a inverossimilhança de seus comportamentos. Eles são tão estranhos um ao outro quanto dois desconhecidos podem ser. Sorte que John Cusack está razoavelmente carismático e isso faz com que nós não sintamos tão desconfortáveis quando Jackson e Kate aparece em cena. [SPOILER] O roteiro ainda peca por ser infeliz o suficiente ao pensar que estamos gostando do entrosamento dos dois e, de maneira imbecil, mata o atual marido de Kate, possivelmente a fim de fazer com que os personagens principais possam ficar juntos, sem o empecilho de um terceiro, afinal, eles tentam deixar claro que os semi-desconhecidos pais de dois filhos ainda se amam. Outro erro do roteiro é a morte de Tamara e Yuri, provavelmente porque ela era inútil e ele era mau. Aí vemos o moralismo exacerbado e inconclusivo da mente estadunidense [FIM DO SPOILER]. Outras situações desnecessárias são as relações entre Laura Wilson, a filha do presidente, e Adrian, o cientista no comendo. O mundo tá acabando e eles ficam flertando?! Isso não existe!

Lembram-se de que falei sobre Titanic? Pois bem, tem uma cena que é uma cópia de uma passagem do clássico de James Cameron. A bordo de um transatlântico, o pai de Adrian e seu amigo, conversam enquanto sentem agitações estranhas. Com a aproximação de uma onda gigante, o navio começa a tombar e isso nos remete imediatamente à famosa cena de Titanic onde uma parte do navio já despedaçado começa a ser tragado, enquanto a outra parte começa a ficar na posição vertical. Em 2012, a sequência é a mesma: vemos os pratos caindo, os móveis e utensílios tombando, as pessoas sendo arrastadas no chão. Paralelamente a isso, o pai de Adrian caminha para fora, posicionando tal como Jack e Rose pouco antes de passarem para fora do navio. Há ainda tudo aquilo que vimos em O Dia Depois de Amanhã. As mesmas cenas, efeitos semelhantes - a diferença é que Jake Gyllenhall é muito mais carismático. Tragédias estruturais quanto ao filme são suficientes para complementar as tragédias que o filme mostra. Nem tudo, porém, é ruim. Os efeitos, mesmo que iguais aos que já vimos, entretém e a maneira como o diretor soube captar as paisagens é bem positiva. Destaque especial para a cena em que ondas imensas invandem o himalaia e, posteriormente, quando a arca navega próximo ao Monte Everest.
( "- O que no mundo tem mais de 8.000 metros de altura?", americano mostrando o quão ignorante é!)

2012 é um filme com muitos efeitos especiais - alguns deles interessantes -, mas sem conteúdo. Certamente conquista aqueles que primam os efeitos e acham que o roteiro deve se subordinar à capacidade gráfica de um filme. Aquele que gostam de histórias, pouco se entreteram com o filme. No meu caso, que gosto de bons efeitos especiais, de filmes de catástrofes e também prezo pelo bom desenvolvimento de uma obra, achei-o apenas mediano.

Luís
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2012 foi um dos filmes mais esperados do ano. Dirigido por Roland Emmerich, o mesmo diretor de outros sucessos como O Dia Depois de Amanhã (que gosto muito) e Independece Day. Só pelos filmes citados, o que poderíamos esperar? Catástrofes? Efeitos especiais? É...é isso que o filme vende, mas por vezes ficamos com aquela sensação de "Puxa, era só isso ?" e nos deixa com a impressão de que o filme vende coisas falsas.  Quem não foi no cinema esperando ver o Cristo Redentor ser destruído, cena essa que até ganhou um poster exclusivo. Se a cena durar 10 segundos é muito.

Há outros pontos que deixam a desejar como o roteiro. Por vezes, acho que esqueceram de escrever e decidiram por efeitos especiais. Não que eu fosse ao cinema esperando uma história real, mas há cenas que agridem a realidade que quando são exibidas tiram aqueles sussurros da platéia como "Nossa, mas que mentira". As atuações também não são lá essas coisas, mas no geral, passam. John Cusack convence como pai ausente, mas não como mocinho. Amanda Peet também é razoável. [SPOILER] Achei absurdo o fato do atual marido de Kate ter morrido e dez minutos ela já estar beijando o ex marido.[FIM DO SPOILER]. Mas se tem um personagem que me irritou, esse foi Yuri Karpov. Deus, toda vez que o personagem entrava em cena ele conseguia me irritar com seu jeito escroto de falar. E que final foi aquele? Ele jogou o filho! Patético.

Mas o que mais me deixou constrangido no filme não foi as atuações e nem o roteiro. Foi o final. Acho que estou pra ver um final mais hipócrita. [SPOILER] No final, temos mais ou menos o que acontece com O Dia Depois de Amanhã, só que nesse, ainda achei legal, pois para entrar no México, os norte americanos perdoaram a dívida externa. Medida Econômica favorecendo os ricos, isso acontece. Mas em 2012 a África é que é elevada no final, sendo que a última cena é um close bem dado no continente. Aaa...Muito tosco. Depois do continente ser "o quintal do mundo" os americanos querem ir pra lá? Espero que os nativos matem todos.[FIM DO SPOILER]

O filme de bom só tem os efeitos mesmo, e extremamente bem feitos. A cena que aquela onda enorme invade as montanhas (enquanto o carinha fica tocando o gongo) é de tirar o fôlego. Pessoalmente, acho que o filme não é algo imperdível, mas quando quiser ir ao cinema só pra relaxar, escolha 2012.

Renan

15 opiniões:

Fotograma Digital disse...

Já que vocês citaram o Cameron na resenha, acho que o Avatar é o 2012 hypado ... acho que o conteúdo dos dois deve ser equivalente... deve ser um saco ver Avatar sem ser em 3d, ou mesmo em casa.

Eduardo o/ disse...

Ainda ñ vi

quero ver

tem gente q gostou e gente q ñ gostou

XD

se puder passa lá

http://oarlecrim.blogspot.com/

J. C. David disse...

O filme (digamos que como filme)é ruim, so consegue ser melhor que 2012 o ano da profecia, o que não é lá grande coisa.

se o Emmerich, quiser ser lembrado como o diretor dos efeitos especias, ele tem futuro e qualidade, porém só para isso.

Nina disse...

não vi 2012, e não pretendo ver também. não é o tipo de filme que eu gosto, e pelo que parece, foi bem decepcionante pra muita gente. porém, não duvido que os efeitos especiais não deixam nada a desejar, mas certamente, será ofuscado nas premiações por avatar.

Unknown disse...

Estou tao por fora de cinema no momento :/ O pior e' que era meu hobby preferido antes da minha bebe nascer...enfim...acho que esse vai demorar a sair em Dvd, mas de qlq forma valeu o comentario de vcs sobre, nao e' meu tipo de filme favorito, confesso, mas para um dia chuvoso qlq coisa vale a pena...

Dewonny disse...

Pra mim até q foi divertido, os momentos de ação são recheados de cenas absurdas q me foram bem engraçadas, a limusine passando por dentro do prédio despencando foi hilário..rsrs..fora a cena do Jonh Cusack correndo pra pegar o avião, e nada atinge ele das explosões de fogo q estão caindo nas costas dele, hahaha, q comédia, ri muito em várias cenas, entertenimento puro o filme q ñ deve ser levado a sério em nenhum momento, o roteiro é uma bobagem, mas isso eu até já esperava, fiquei satisfeito pelos efeitos visuais, e muito boa tua colocação do filme lembrar o Titanic em algumas sequências, hahah, pior q é, tbm achei mediano, passatempo q funciona enquanto dura, logo q termina ñ deixa nenhuma saudade de querer rever...nota 5.0!
Abs! Diego!

Ciro Hamen disse...

Um filme que parece muito sem sal para mim. Não tive vontade de ir ver.

Abraços!

Matheus Galvão disse...

CONCORDO PLENAMENTE. Vazio o filme, já havia até comentado sobre ele no meu blog!!!
Um horror!!! Filme tem que ser conteúdo, claro que efeitos são importantes, principalmente num filme como esse, mas filmar só para mostrá-los é inútil.

http://retadevista.blogspot.com

Esdras Bailone disse...

Definitivamente eu detesto esse tipo filme, mas Hollywood adora!
Eu acredito sim num desastre que vai acabar com a humanidade, mas ñ creio que será em 2012, poderia até ser pra acabar logo com essa palhaçada de lançarem esses filmes catástrofe.

Cristiano Contreiras disse...

Filme amplamente ridículo, sem mais delongas!

Moreira disse...

Tô louco pra ver esse filme...
http://anotatudo.blogspot.com/

Didi - Conquistadores disse...

Bom vc ja falou tudo sobre o filme e eu concordo. Na verdade a maioria dos filmes catastróficos são assim. Efeitos especiais absurdos e zero de conteudo, pq não tem mesmo o que fazer. Existe um filme que eu recomendo que vc veja e é muito bom, pelo menos tem uma história bacana. Chama The Road (A Estrada). Recomendo.

Guilherme Bayara disse...

Vi o filme e achei realmente vazio e carente de historia. Os efeitos sao realmente muito bons.

Mas a estrutura é muito perfeita e os desatres parecem ter senso de moralidade.

Dewonny disse...

Feliz Natal e Feliz ano novo pra vcs, td de bom!
Abs! Diego!

Luís disse...

ALEXANDRE, eu tenho essa mesma impressão. Acho que Avatar se equivalerá a esse.

EDUARDO, sempre há quem gostou e quem não gostou.

J.C. DAVID, concordo com você. Só os efeitos especiais valem.

NINA, se gosta de histórias com conteúdo, melhor não ver mesmo. Acho que esse filme só pode concorrer mesmo na categoria de efeitos visuais.

KARINE, num dia chuvoso, vale mesmo a pena. Volte a assistir filmes... e lembre-se de introduzir sua filha a esse maravilhoso mundo.

DEWONNY, tudo é muito forçado nesse filme... parece até que fizeram de propósito. Minha nota é parecida com a sua... você a verá no final do mês.

CIRO, esse filme não inspira mesmo vontade.

MB GALVÃO, também acho que filme tem que ter conteúdo e esse definitivamente não tem, por isso é ruim. Efeitos especiais não salvam um filme, embora os de 2012 sejam consideralvemente bons.

ESDRAS, também não gosto de filmes sem muito embasamento.

CRISTIANO, embora não seja a pior coisa do mundo, está quase lá... pelo menos, quanto ao roteiro.

SR. LUCK, veja-o. Depois venha nos dizer...

DIDI, eu e o Renan procuraremos esse filme e vamos comentá-lo aqui, tão logo que o virmos. Obrigado pela sugestão.

GUILHERME, tive essa mesma impressão.

DEWONNY, desejamos o mesmo pra você.

Luís