After the Funeral - Agatha Christie, 1953, 250 páginas. Romance policial.
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Desde que li o primeiro livro de Agatha, que eu nem sequer me lembro qual foi, comecei uma jornada pelo mundo dessa autora e suas mais diversas histórias: crimes por amor, por ódio, pela simples obessessão, pelo desafio, pela inveja, etc. Estórias boas, de uma maneira geral. E embora eu tenha me irritado com um ou dois livros dela, os outros são muito bons! Depois do Funeral, em suma, faz parte do grupo dos livros que valem a pena ser lidos.
Logo após o funeral, todos os parentes de Richard estão na sala reuindos, quando Cora, a irmã do falecido, prgunta infantilmente se ele não tinha sido assassinado. Todos pensam tratar-se de uma brincadeira, já que Cora sempre teve o hábito de falar bobagens fora de hora. É claro que a rase permanecena cabeça de todos e a sensação de que aquilo pudesse ser verdade se acentua quando Cora, no dia seguinte, é brutalmente assassinada a golpes de machadinha. E, então, que uma dúvida cruel do advogado da família coloca Poirot - o detetive belga - na história, para que ele possa dizer a todos o que realmente aconteceu.
Os personagens do livro são muito bem construídos, o que agra a quem lê. Os grandes fã de Poirot, que esperam 100% de participação do detetive, devem saber que ele não participa efetivamente da história, mas sua participação é extremamente importante, pois cabe a ele aquela explicação genial sobre tudo o que vínhamos lendo e que nos levaria a solução de um crime. Dentre todos os personagen, os que mais são carismáticos são Helen Abernethie, cunhada do morto; Susan, sobrinha do morto, com seu jeito jovial e suas palavras de impacto; Rosamund, outra sobinha, que se destaca na parte final do livro; srta. Gilchrist, senhora que acompanhava Cora até sua morte. Não há dúvidas de que o ponto alto do livro não são os personagens, e sim a trama que os envolve e, principalmente, a forma como tudo começa a se revelar. E também o livro relata muito bem a forma com certas características permanecem numa pessoa e como são capazes de marcá-las para sempre. Às vezes, uma pessoa não é reconhecível a não ser por pequenos atos ou maneirismos, que acabam precendo na lembrança.
Uma coisa, no entanto, me pareceu bastante falha na história, embora isso não comprometa a estrutura ou a sensação final que o livro proporciona. [SPOILER] No final, é revelado que srta. Gilchrist é a assassina e que ela se fez passar por Cora, que nunca esteve no funeral. Como todos não a viam há mais de 20 anos ninuém poderia saber com certeza como ela estava agora, o que possibilitou a Gilchrist vestir as roupas de Cora, usar uma franja falsa e se passar por ela, copiando os seus maneirimos. Quanto a isso não há nenhum problema. No entanto, quando “Cora” fez a tal pergunta constrangedora, Helen notou que havia algo errado e no fim é explicado que Cora sempre inclinava a cabeça para um lado, mas naquele momento, Cora inclinou para o outro lado. E Helen descobriu isso quando se olhava de frente para o espelho e se viu como se outra pessoa a estivesse olhando, considerando que é o acontece quado olhamos no espelho, que mostra o lado oposto. Concluiu, então, que Cora trocara uma característica que era sua desde pequena ou aquela mulher não era Cora. E Helen estava certa quanto a Cora não ser Cora. Mas se ela era tão capaz de se lembrar da outra, não é estranho que ela não conseguisse reconhecer um único traço do que Cora era antes, percebendo logo que aquela mulher era uma farsante? E mesmo não percebendo isso no começo, não deveria perceber assim que visse a srta. Gilchrist que ela tinha a mesma aparência da que Helen vira no funeral? Convenhamos: uma franja e um vestido sobre alguns travesseiros para engordar não deixam uma pessoa irreconhecível! Helen, portanto, perceberia que Gilchrist ra extremamente parecida com Cora ou mesmo que Cora não era Cora rapidamente. Isso, obviamente, estragaria o final do livro. Então, Helen, uma mulher bastante astuta, foi capaz de se lembrar da cunhada pelos maneirismos e não por ela mesma. [FIM DO SPOILER]
Não há dúvidas de que eu recomende esse livro. São apenas 250 páginas e com uma trama muito boa, que prende o leitor ao livro. Eu mesmo o li em um dia, embora já o tivesse lido antes. Mas resolvi voltar a ler Agatha Christie. Saudade de tramas bem construídas como as que a autora proporciona aos leitores que gostam de romances policiais.
Luís
1 opiniões:
Adoro esse livro também. Foi um dos primeiros que li dela e tb sou maníaca por Ágatha Christie.
Adorei o Blog.
Bjs
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