Julie & Julia. EUA, 2010, 122 minutos. Comédia / Drama. Dirigido por Nora Ephron.
Indicado ao Academy Award de Melhor Atriz (Meryl Streep).
_________________________________________________________________
Julie e Julia, pouco depois da sua estreia, já produzia rumores de que Meryl Streep receberia mais indicação ao Oscar. E, por fim, recebeu mesmo - sua décima sexta indicação ao Oscar é o fator mais interessante desse filme. Ou seja, o melhor de Julie e Julia está fora dele! Tendo trabalhado juntas no ano anterior, Streep e Adams repetem a parceria, desta vez num filme bem suave e de tema não tão controverso quanto o denso Dúvida.
Julia Child é a esposa de Paul, que trabalha para o governo e que se muda com frequência para vários países. Ao se mudar para Paris, sua esposa decide que não quer mais trabalhar como secretária do governo, optando por favor algo diferente: cozinhar. Julie Powell é uma funcionária de um departamento governamental que está cansada da sua rotina, então decide fazer algo diferente: cozinhar. Enquanto Child se aperfeiçoa e se torna uma das cozinheiras mais conhecidas, Powell se espenha em preparar todas as receitas dos livro de Child e postá-las na internet, comentando sobre os graus de facilidade das receitas.
A história é bem simples e o paralelo criado entre as duas mulheres é mesmo interessante. Não quero dizer que a história por si só é fascinante; quero apenas dizer que esse enredo pode agradar a um espectador quando este procura por um filme sem grande densidade. Vale ressaltar que, embora as personagens estejam conectadas - mesmo que haja um lapso de 40 anos entre uma e a outra -, elas nunca se encontram, não chegam a estar lado a lado em cena, o que é realmente uma pena, pois eu esperava muito ver um momento no qual Streep e Adams, pelo menos, conversassem frente a frente. De modo bastante equilibrado, sabemos tanto de Julia Child quanto de Julie Powell - o filme não dá mais importância a uma do que à outra, de maneira que ambas sejam lead actresses.
O que eu achei realmente curioso foi a indicação de Meryl Streep. Ela está bem no filme, sua atuação é correta. Não há nada surpreendente em suas cenas a ponto de indicarem-na. E nomeá-la ao prêmio sem fazer o mesmo com Amy Adams foi estranho demais, até porque as duas estão no mesmo nível de atuação. Devo dizer que, mesmo não curtindo tom cômicos, eu ri de algumas cenas - como aquelas nas quais Julia Child ouve que jamais será uma cozinheira profissional e quando ela corta desesperadamente várias cebolas. A esse humor, todos os meus elogios vão para as expressões fantásticas de Meryl Streep! Os atores coadjuvantes, os maridos de Julia e Julie, também estão muito bem em cena. Chris Messina, mais do que Stanley Tucci, traz um humor e romance maior ao filme, não apenas porque passa a mior parte das cenas rindo, mas também porque, juntamente com Amy Adams, cria um clima bem interessante, de um companheirismo, de proximidade inabalável. Devo acrescentar que, se com os filmes Retratos de Família e Dúvida eu já tinha apreço por Amy Adams, cada vez mais eu gosto dela: parece não haver personagem com a qual ela não combine.
É difícil dizer o que achei de Julie e Julia. Reconheço neles boas características, porém creio que seja um filme mediano e esquecível. Não há muito o que se destacar nele, nada nele é maravilhoso; por outro lado, não há nada ruim também. É um dos muitos filmes que te contentam enquanto você o assiste, mas, depois de duas semanas, você não se lembra bem. Na minha opinião, é só mais um filme sem grandes atrativos.
Luís
Crítica | Robô Selvagem (2024)
Há 4 horas
2 opiniões:
Ah, eu gostei bastante, a narrativa é interessante e os personagens me conquistaram. Principalmente Jullie, e assim como vocês, cada vez mais gosto da Amy Adams.
Abraço!
Eu indicava e dava o Oscar para Meryl. A interpretação é boa, a concorrência este ano estava fraca e ela já merece a estatueta há horas!
Postar um comentário